A esquerda marxista repudia-o porque ele lhes tresanda a direita.
Passos Coelho reafirma que nem governa com Sócrates nem com o PS, nem governa com Portas se não obtiver a maioria.
Portas reafirmou que não governa com Sócrates, mas a semântica política é volúvel e Portas quer fazer parte do próximo governo. Aliás, é o único líder partidário que tem um lugar garantido, se der o dito por não dito invocando os superiores interesses do país se Sócrates ganhar com maioria relativa, ou não enjeitar ser pau de cabeleira (expressão de PC que vai ser glosada por muito tempo) juntando-se a Passos Coelho, se este vencer Sócrates.
E se Sócrates vencer com maioria relativa, porque para vencer com maioria absoluta precisaria de ter atolado ainda mais o país, mas PSD e CDS garantirem uma maioria parlamentar absoluta na AR deve o PR convidar Sócrates ou Passos Coelho para formar governo? Deve convidar Sócrates mas só lhe deverá dar posse se ele lhe apresentar um governo suportado por uma maioria parlamentar absoluta, uma hipótese que requer a aceitação do convite que Sócrates fará a Portas.
A intransigência de Passos Coelho conduz o PSD para uma única saída: Ganhar as eleições e ter o suporte de uma maioria absoluta na AR decorrente de uma coligação com o CDS. Se não, será Portas quem mais ordena.
Há um terceiro cenário possível: Sócrates dança sem par com Portugal. Experiência não lhe falta e obsessão também não. Portugal é que já não tem muito mais fôlego para mais contradanças.
Escrevo isto e vem-me à lembrança "Os cavalos também se abatem" ("They Shoot Horses, Don't They?"), de Sydney Pollack.
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