Não se esperam novidades nos argumentos que tanto Sócrates como Passos Coelho vão usar no frente-a-frente desta noite. Também não é esperável que cada um dos candidatos mude significativamente de estilo discursivo: Sócrates sempre ao ataque, agressivo, mesmo quando se defende passa de imediato ao contra ataque, Passos menos temperamental mas também menos firme.
Ao maior traquejo de Sócrates e à sua reconhecida capacidade para se esgueirar das situações desfavoráveis em que o coloquem, desviando o discurso para o campo que lhe interessa, e retomar a iniciativa da discussão, Passos Coelho só tem uma alternativa possível: fazer o mesmo. E fazer o mesmo significa confrontar repetidamente Sócrates com os indicadores de quase bancarrota em que o país se encontra e as responsabilidades do seu governo, saindo rapidamente das questões de pormenor em que ele o vai querer enredar, e que, aliás são conhecidas. Se, por exemplo, Passos Coelho cair na armadilha de informar as razões pelas quais defende a redução da TSU e não despacha sumariamente o assunto, voltando ao tema das responsabilidades do primeiro-ministro, perde o debate. Primeiro, porque a questão não se explica com facilidade, segundo, porque ela não interessa directa e imediatamente as preocupações do eleitores em geral, terceiro, porque lhe retira tempo para usar os dados e os argumentos com que deve confrontar Sócrates.
Dito de outro modo: Passos tem ao seu dispor um conjunto de argumentos demolidores, mas Sócrates é, de longe, mais hábil na retórica. Passos dizia ontem que o PSD tem obrigação de ganhar estas eleições. Pois tem. E só não as ganhará se Passos for incapaz de evitar que os portugueses embarquem, mais uma vez, na conversa de Sócrates e lhe atribuam a vitória a 5 de Junho. Dados e argumentos não lhe faltam. Basta-lhe que não seja completamente inábil a usá-los. Mas se for tão inábil, e perder o debate desta noite, não merece ser primeiro-ministro.
É a avaliação da garra de Passos Coelho que está em causa esta noite. De Sócrates já se sabe qb.
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Act. - Passos Coelho surpreendeu pela positiva. Do meu ponto de vista, ganhou claramente o debate.
É a avaliação da garra de Passos Coelho que está em causa esta noite. De Sócrates já se sabe qb.
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Act. - Passos Coelho surpreendeu pela positiva. Do meu ponto de vista, ganhou claramente o debate.
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