Sunday, November 30, 2008

A SITUAÇÃO NÃO É TÃO MÁ COMO A PINTAM

Robert Aumann, Prémio Nobel da Economia 2005, em entrevista concedida ao correspondente do Expresso em Jerusalém, afirma peremptoriamente que "a situação não é tão má como a pintam e não há motivos para tanta preocupação".
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Eu não sei se Aumann dispõe de boas indicações para arriscar colocar-se contra a corrente, mas tenho de admitir que sim, atendendo às suas grandes credenciais. Conforto-me com esta conclusão e, de imediato, ocorrem-me todos os igualmente grandes credenciados que afinam em sentido contrário: "the worst is yet to come". Em que ficamos?
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Não sei. Pelos vistos, ninguém sabe. No entanto, se estas coisas fossem decididas a votos, é certo e sabido que, hoje, ganhariam os que prevêm para o próximo ano piores dias em quase toda a parte do mundo. Em Portugal, por exemplo, a teimosia do governo, e sobretudo do Ministro das Finanças, em contrariar nas suas previsões as perspectivas mais pessimistas ditadas pelos organismos internacionais é motivo de contestação geral da oposição à esquerda e à direita. Temos de ter crise em grande, à viva força.
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E teremos. A crise é vaidosa: incha sempre que se fala dela.
Se o rebanho vai por aí quem é que escuta Aumann e não vai por aí?

WASHINGTON DC


INVESTIMENTOS PÚBLICOS, VÍCIOS PRIVADOS

Caro PC,
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Voltas à questão da redução de impostos, que o governo não faz, e dos investimentos públicos que o governo não deveria fazer.
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Comentar que os investimentos públicos servem interesses privados, restritos aos governantes ou aos empreiteiros das obras, é bastante redutor. Não sou tão ingénuo que não pense que esses interesses não existam, e em larga escala, mas, nesse caso o que estaremos a discutir é a corrupção, são casos de polícia, e não a política económica do Estado.
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É para evitar a corrupção que não devem ser feitos investimentos públicos? Não creio que seja esse o teu ponto de vista mas a transferência de recursos do investimento privado para o público e, neste caso, sim, temos uma abordagem económica.Vamos a ela.
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Para não repetir o que tenho dito, pesco de um post colocado aqui, no 4R , que, curiosamente, não foi comentado embora o pudesse ter sido sob diferentes pontos de vista (globalização, por exemplo):
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"O texto só tem 5 meses mas é tão actual e real que decidi reproduzi-lo.O seu autor é Marc Faber, um empresário e analista de investimentos. Aqui fica o texto que foi publicado quando o Governo dos Estados Unidos estudava o lançamento de um programa de ajuda à economia do País:
"O Governo dos EUA prepara-se para conceder a cada um de nós uma bolsa de U$ 600,00.
Se gastarmos este dinheiro no supermercado Wall-Mart, ele vai para a China.
Se o gastarmos com gasolina, vai para os árabes.
Se comprarmos um computador, vai para a Índia.
Se comprarmos frutas e vegetais, irá para o México, Honduras e Guatemala.
Se comprarmos um bom carro, irá para a Alemanha.
Se comprarmos bugigangas, irá para Taiwan e nenhum centavo desse dinheiro ajudará a economia americana.
O único meio de manter esse dinheiro na América é gastá-lo com prostitutas e cerveja, considerando que são os únicos bens ainda produzidos por aqui.
Eu, estou fazendo a minha parte..."
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Pois é, meu Caro Amigo: Admitamos que política do governo exposta pelo Ministro das Finanças, de manter o investimento público, pode não ser a mais correcta neste momento de crise. Admitamos que ele aceitava na tua proposta (e a de muito mais gente, não incluindo a líder do PSD) e reduzia os impostos.
Em que medida é que essa redução ajudava à redução da crise?
Se fosse no IRS, e normalmente estas reduções não são no IRS, por onde incentivava esse dinheiro a economia? Em viagens a Cancun? Ou em compras de mais bugigangas importadas? Ou na construção de mais casas para desabitação?
Se fosse no IRC, que projectos estão bloqueados por falta de financiamento?
Responda quem souber.

Saturday, November 29, 2008

COM UM PINGO DE SOLDA NO OLHO

Meu Caro Amigo,

Leio o seu comentário e não me parece que possa concordar consigo. Concordo que as palavras e as imagens têm uma importância enorme na guerra mas não é com elas que o terrorismo se alimenta e mata. Digamos que, considerando todo o arsenal, as palavras e as imagens são as armas de destruição lenta que dão visibilidade aos espectaculares actos terroristas e atiçam o ódio injectado nas mentes dos fanáticos.
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Poderiam os dirigentes políticos e militares indianos dizer friamente, quando viram a arder os bens e a serem feridas e mortas centenas de pessoas, "vamos capturar os criminosos e levá-los à justiça"? Claro que poderiam mas não é essa a reacção mais natural da condição humana. Ninguém diz só isso porque para que seja feita justiça é fundamental perseguir e capturar os criminosos, vivos ou mortos, por mais que a nossa consciência de cidadãos livres reprima os mais primários instintos de sobrevivência numa guerra que é de vida ou de morte.
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Foram altamente chocantes as imagens que correram mundo do enforcamento de Sadam Hussein? Sem dúvida. Tanto, que evitei vê-las, e não as vi. Tenho, no entanto, a convicção de que as verdadeiras causas da guerra do Iraque não são aquelas que são geralmente divulgadas. Comentei já sobre este assunto, nestas palavras cruzadas, umas dezenas de vezes. Admitindo, no entanto, que a invasão do Iraque foi um erro inqualificável, a prisão de Sadam tornou-se uma das inevitáveis consequências desse erro. Preso Sadam, do ponto de vista dos que o prenderam, o que seria esperável: Sadam preso ou Sadam enforcado? Sabemos a resposta.
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Qual seria a nossa? Tenho pudor de me fazer moralista aqui neste sossego de uma tarde invernosa a olhar a Serra de Sintra.
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O problema é de linguagem. Da nossa. (Os terroristas até falam bem, considerando o ofício.) A verdade é que quando dizemos que os terroristas “vão pagar caro” estamos a participar na guerra. Nós só temos de dizer que vamos capturar os criminosos e levá-los à Justiça. Mas a cabeça quente e a revolta (que é da bitola da dos terroristas) leva-nos aos “vão pagar caro” e “wanted, dead or alive”. Depois às acções, que não vivemos só de palavras. Grande estratégia a dos americanos… Partir o Iraque ao meio, capturar Saddam e enforcá-lo perante as câmaras daqueles oportunos telemóveis. A imagem correu o mundo e os paladinos da liberdade festejaram. Foi uma decisão judicial que condenou Saddam. É verdade. Mas uma decisão pouco cega, que de judicial só tem a legitimidade. Saddam devia estar preso. Quando o enforcámos, mostrámos que a nossa justiça também se faz matando. Nós ao abrigo da Lei, claro. Mas isso da Lei… precisa de um certo ambiente. A minha proposta é simples: apostar forte na inteligência (mais que em armas finas, porque armas finas para combater gajos que se explodem com bombas caseiras é supérfluo), moderar a linguagem dos governantes e diminuir o espectáculo montado pela imprensa à volta dos atentados. Isto porque, parecendo que não, parte do sucesso destes actos criminosos é a nós e à nossa sociedade que se deve.

Friday, November 28, 2008

RENDEIRO, RENDE-SE

Ouço esta manhã na rádio que Rendeiro já admitiu aceitar a demissão se essa for a melhor solução para os problemas do BPP. Pudera, com seis bancos a entrar com 500 milhões para resgatar os salvados, melhor seria permanecer Rendeiro no banco para dizer qual a melhor forma de estoirar mais estes milhões.
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Resta saber agora quem vai pagar a conta: se os accionistas e os clientes, que viam em Rendeiro um mago que durante anos lhes fez crescer esplendorosamente os saldos e os vícios, ou os contribuintes e os portugueses em geral se a burra não aguentar e arrear a carga.
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Com tanta garantia prometida aos banqueiros, se em cima deste sismo se desenvolver outro daqui por uns meses, a crise abater-se-á de forma imparável sobre o zé da rua. A única forma de afastar este espectro seria obrigar, desde já, a devolução dos valores que foram parar onde não deviam se as contas tivessem sido prudentes e correctas. Mas pelo andar da carruagem, que é lenta e anda aos tropeções, não é esperável que os prejudicados destas Donas Brancas sejam os que entraram no jogo já tarde mas os que nunca se envolveram em burlas e jogos financeiros.
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Já depois de ter escrito este comentário, ouço na rádio que o BPN é um caso de polícia, o BPP um caso de azar. Se estou de acordo com a qualificação quanto ao primeiro, discordo quanto ao segundo: O que se passou no BPP não se confunde com o que se passou no BPN. Contudo, o caso do BPP não é propriamente um caso de azar mas a consequência normal do jogo de casino em que o BPP ganhou enquanto não perdeu. Aliás, Rendeiro, como muitos outros Rendeiros por esse mundo fora, animou a especulação a coberto da opacidade que fez a glória e a crise dos mercados financeiros. Era fatal. E continuará, enquanto perdurarem os offshores onde se confeccionam os veículos que transportam os produtos tóxicos.

Thursday, November 27, 2008

RENDEIROS

Em tempos idos há muito tempo havia na Figueira um aviso comum a quem confundia personagens: "Não confundir Traveira Pai com Traveira Filho!".
Nunca soube qual a origem de tal advertência proverbial mas imagino que tivesse começado por um lamento repetido por um pai desiludido ou desesperado com o descendente.
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Ao ler, num dia, que "dum dos mais respeitados investidores do mercado financeiro português" fora apresentado no ISEG um livro biografia da sua "experiência fantástica" e, no dia seguinte, que um banqueiro com o mesmo nome se encontrava em situação de falência iminente, e hoje, passados dois dias, se saber que vai ser demitido para que o seu banco seja resgatado, é caso para dizer: "Não confundir o Rendeiro de Sábado com o Rendeiro de Quarta-Feira!"
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Confusões à parte, o caso do BPP suscita outra distinção: Entre o BPP a quem foi rejeitada, e bem, a garantia do Estado de 750 milhões de euros, solicitada por João Rendeiro de Sábado, e o BPP a quem seis bancos nacionais vão emprestar 500 milhões de euros, despedindo João Rendeiro de Quarta-Feira. Sendo certo que os tais seis bancos serão eles próprios garantidos pelo Estado. Confuso? Não confundir o BPP do João Rendeiro de Sábado com o BPP sem o João Rendeiro de Quarta-Feira. João Rendeiro de Quarta-Feira não está de acordo. Poderá?
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Constâncio e banca nacional apresentam saída para o BPP que obriga Rendeiro a abandonar
O Banco de Portugal (BdP), liderado por Vítor Constâncio, e os restantes bancos do sector concertaram-se para salvar o Banco Privado Português (BPP) e afastar a actual administração liderada por João Rendeiro. O objectivo é salvar os activos que o banco ainda possui em carteira e evitar que a falência impeça que o BPP salde os seus compromissos internacionais e contamine o resto do sistema.
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Conheça a história de um dos investidores mais respeitados do mercado financeiro português “João Rendeiro, Testemunho de um Banqueiro” é o nome do primeiro livro de Myriam Gaspar, jornalista da “Sábado”. “Foi uma experiência fantástica. Um acto de aprendizagem contínuo”, revelou Myriam, de 40 anos, a Record, adiantando que foi convidada por João Rendeiro a escrever a biografia. Por sugestão da jornalista, o livro – que é apresentado no próximo dia 24, no ISEG, por Francisco Pinto Balsemão – está contado na primeira pessoa, para “criar uma relação mais intimista com o leitor”. O prefácio é de João Cravinho.
Data: Quinta-feira, 20 Novembro de 2008 - 01:00

CANIBALISMO CÓSMICO


Explanation: Large galaxies grow by eating small ones. Even our own galaxy practices galactic cannibalism, absorbing small galaxies that get too close and are captured by the Milky Way's gravity. In fact, the practice is common in the universe and well illustrated by this striking pair of interacting galaxies from the banks of the southern constellation Eridanus (The River). Located over 50 million light years away, the large, distorted spiral NGC 1532 is seen locked in a gravitational struggle with dwarf galaxy NGC 1531, a struggle the smaller galaxy will eventually lose. Seen edge-on, spiral NGC 1532 spans about 100,000 light-years. The NGC 1532/1531 pair is thought to be similar to the system of face-on spiral and small companion known as M51, the Whirlpool Galaxy.

Wednesday, November 26, 2008

UMA HISTÓRIA MUITO MAL CONTADA - 3

Dias Loureiro foi recebido pelo PR e à saída disse que não se demitia do Conselho de Estado por não haver razões para tal.
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Deduzia-se que o PR lhe tinha reafirmado a sua confiança, caso contrário, presume-se, Dias Loureiro ter-se-ia demitido, conforme havia afirmado.
Ontem, o PR disse que Dias Loureiro lhe havia solenemente afirmado que nada tinha feito, enquanto membro dos corpos sociais da SPN e do BPN, que fosse reprovável, e o PR concluiu não ter razões para não acreditar no que ele lhe disse.
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Dias Loureiro continuará conselheiro mas o PR, ao não ter tido em conta o princípio de filosofia popular que considera não ser ninguém bom juiz em causa própria, arriscou que um julgamento em tribunal possa, eventualmente, vir a incriminar Dias Loureiro e, por tabela, fazer recair sobre si o ónus político da sua credulidade excessiva.
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Como a justiça é lenta e o combate político voraz, esse ónus político insinuar-se-á na opinião pública enquanto do dossier SNP/BPN constar o nome de DLoureiro por mais irrepreensível que tenha sido a sua passagem pelas cadeiras daquele grupo.
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DLoureiro, se preza merecer a amizade do PR, deveria ter-se demitido.

À DERIVA


Tuesday, November 25, 2008

EVIDENTEMENTE

Professores recentram a luta no estatuto da carreira docente

Tenho vindo a referir aqui no Aliás, e em comentários em outros blogs, nomeadamente no Lóbi e no Quarta República a minha suposição de que o que está verdadeiramente em causa na rebelião dos professores não é, nunca foi, aliás, o processo de avaliação de desempenho mas o estatuto da carreira docente e, muito sobretudo, o problema das quotas.
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As declarações de Iídio Trindade, do "Movimento mobilização e unidade dos professores" ao Diário de Notícias de hoje, confirmam o que tenho repetidamente dito. Diz I Trindade: "Enquanto houver este estatuto da carreira, não haverá serenidade nas escolas,... Os principais problemas continuam a ser os que resultam do Estatuto da Carreira Docente, ou seja, a divisão dos docentes e a avaliação pelos pares e as quotas. Foi aqui que o problema começou. É isto que é mais injusto e incongruente."
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Habituados durante décadas a trabalhar numa estrutura plana, a maioria dos professores rejeita qualquer alteração à ausência de controlo e diferenciação. É um caso típico de aversão à mudança que, por envolver cento vinte mil professores, seria melhor ultrapassado se fosse repartido: uma comissão bipartida, envolvendo representantes, sorteados anualmente, das escolas e de inspectores do ministério, avaliaria as escolas, atribuindo-lhes recompensas consoante o cumprimento dos objectivos; as escolas classificariam os seus docentes (por avaliação dos pares ou pelo conselho directivo) para uma distribuição normal das recompensas atribuidas a cada escola.
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Como referi aqui no Aliás, há muito tempo, é virtualmente impossível realizar uma avaliação de desempenho envolvendo um universo de cento e vinte mil profissionais de forma centralizada quando não existe uma hierarquia efectiva nas escolas e, pelo contrário, existe uma ausência de controlo de décadas.

UMA HISTÓRIA MUITO MAL CONTADA - 2

Dias Loureiro torpeça cada vez mais naquilo que diz.
Por este andar, é muito difícil que se mantenha, por muito tempo ainda, de pé.
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Presidente entende que não tem poderes para demitir ou retirar confiança aos conselheiros de Estado
O Presidente da República não pode, de acordo com o Estatuto dos Membros do Conselho de Estado (CE), demitir ou retirar a confiança a nenhum dos conselheiros, nem mesmo os nomeados pelo Chefe de Estado. As razões para saída dos membros é clara no estatuto e é assim, apurou o PÚBLICO, que Cavaco Silva lê a lei.
O Estatuto dos Membros do CE diz que o termo de funções dos cinco membros nomeados pelo Presidente cessa com o mandato do Presidente da República que os tiver nomeado. O mesmo acontece com os cinco membros indicados pela Assembleia da república, cujo mandato cessa no termo da legislatura.O Estatuto diz a seguir que os membros indicados pelo Chefe de Estado podem renunciar ao mandato. Outra razão indicada para o cessar de funções é por morte ou impossibilidade física permanente.Quanto à suspensão de funções, o artigo o artigo 14, que tem dois pontos diz o seguinte: “1. Nenhum membro do Conselho de Estado pode ser detido ou preso sem autorização do Conselho, salvo por crime punível com pena maior e em flagrante delito.”;“2. Movido procedimento criminal contra algum membro do Conselho de Estado e indiciado este definitivamente por despacho de pronúncia ou equivalente, salvo no caso de crime punível com pena maior, o Conselho decidirá se aquele deve ou não ser suspenso para efeito de seguimento do processo.”Em lado algum do Estatuto dos Membros do Conselho de Estado é dito que o Presidente da República pode demitir ou retirar a confiança aos conselheiros.Por isso, não tem razão Dias Loureiro quando, na passada semana numa entrevista à RTP, disse que o seu mandato no CS estava nas mãos do Presidente da República.
Cavaco Silva deixou ontem clara a sua impotência para demitir Dias Loureiro do Conselho de Estado. À noite encontrou-se com o ex-administrador da 'holding' do BPN. Este saiu do encontro reafirmando que não renunciará.Presidente da República recebeu Dias Loureiro ontem à noite Dias Loureiro recusa demitir-se do Conselho de Estado - órgão onde tem assento por escolha do Presidente da República. Foi o próprio quem o anunciou, ontem à noite, à Lusa, depois de uma reunião com Cavaco Silva. Os dois encontraram-se e depois Dias Loureiro anunciou: "Não cometi nunca nessas funções [administrador da Sociedade Lusa de Negócios, holding que detinha o BPN] qualquer ilegalidade." "Sendo assim não há da minha parte qualquer razão que justifique o pedido de renúncia de conselheiro de Estado. Não o pedirei."Foi o culminar de um dia em que a principal pressão para se demitir veio, precisamente, do Presidente da República. Falando a jornalistas, de manhã, Cavaco Silva expressou de forma elíptica a sua impotência para demitir o conselheiro de Estado. Questionado sobre se Dias Loureiro tinha "condições" para continuar, o PR aconselhou a que se "estudasse a legislação" que rege aquele órgão.Ora essa legislação diz algo muito simples: Cavaco Silva não pode demitir Dias Loureiro do Conselho de Estado. O ex-ministro só pode deixar aquele órgão pelo seu próprio pé. Ouvido pela TSF após os comentários do Presidente, Dias Loureiro admitiu a renúncia (ou suspensão do mandato): "Se sentir, em algum momento, que a actual situação causa o mínimo incómodo ao Presidente da República, tomarei as providências necessárias."

Monday, November 24, 2008

PRIVILÉGIOS DA BANCA

Citigroup Scores
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Robert Reich
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If you had any doubt at all about the primacy of Wall Street over Main Street; the utter lack of transparency behind the biggest government giveaway in history to financial executives, and their shareholders, directors, and creditors; and the intimate connections the lie between Administrations -- both Republican and Democratic -- and the heavyweights on Wall Street, your doubts should be laid to rest. Today it was decided the government will guarantee more than $300 billion of troubled mortgages and other assets of Citigroup under a federal plan to stabilize the lender after its stock fell 60 percent last week. The company will also will get a $20 billion cash infusion from the Treasury Department, adding to the $25 billion the bank received last month under the Troubled Asset Relief Program.This is not a particularly good deal for American taxpayers, but it is a marvelous deal for Citi. In return for all the cash and guarantees they are giving away, taxpayers will get only $27 billion of preferred shares paying an 8 percent dividend. No other strings are attached. The senior executives of Citi, including those who have served at the highest levels in the US government, have done their jobs exceedingly well. The American public, including the media, have not the slightest clue what just happened.Meanwhile, more than a million workers in the automobile industry, along with six million mortgagees, and a millions of Americans who depend on small businesses and retailers for paychecks, are getting nothing at all.

GLACIARES EM MARTE?

Explanation: What created this unusual terrain on Mars? The floors of several mid-latitude craters in Hellas Basin on Mars appear unusually grooved, flat, and shallow. New radar images from the Mars Reconnaissance Orbiter bolster an exciting hypothesis: huge glaciers of buried ice. Evidence indicates that such glaciers cover an area larger than a city and extend as much as a kilometer deep. The ice would have been kept from evaporating into the thin Martian air by a covering of dirt. If true, this would indicate the largest volume of water ice outside of the Martian poles, much larger than the frozen puddles recently discovered by the Phoenix lander. Such lake-sized ice blocks located so close to the Martian equator might make a good drinking reservoir for future astronauts exploring Mars. How the glaciers originally formed remains a mystery. In the meantime, before packing up to explore Mars, please take a moment to suggest a name for NASA's next Martian rover.

VIVA A CRISE!

BCE pode levar juros a zero para forçar maior queda da Euribor...
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A crise tem custos tremendos mas também algumas vantagens.
Para quem tem empréstimos e vê as suas prestações baixarem, a crise, a quem deve e mantem o emprego, trouxe-lhe um bónus.
Ao Orçamento de Estado, também.

MUITO LONGE DO FIM


Casa Pia: Chega ao fim o julgamento mais longo realizado em Portugal
Entre o seu gabinete no tribunal da Boa Hora e o silêncio e tranquilidade da sua casa do Norte, o procurador João Aibéo analisou, nos últimos meses, as transcrições de parte substancial das declarações e depoimentos prestados ao tribunal ao longo de quatro anos de julgamento, registados em 12 cassetes de vídeo, 968 de áudio, 1052 CD e 314 DVD.
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Não chega ao fim, nem nada que se pareça com ele. Qualquer que seja o resultado em primeira instância, haverá recursos.
Que demorarão a ser apreciados, ninguém sabe durante quantos anos, na Relação.
De cujas decisões haverá recursos.
Que demorarão a ser apreciados, ninguém sabe durante quantos anos, no Tribunal Constitucional.
As vítimas, se afinal houve vítimas e tudo não passou de uma gigantesca operação montada para inventar uma coisa que não existirá, os pedófilos, as vítimas já serão avôs se, entretanto, não tiverem morrido de desespero ou vergonha.

2008 - ...




QUARTA REPÚBLICA

O verdadeiro problema, suspeito, é precisamente o problema das quotas.
Porque qualquer sistema será considerado bom pelos professores desde que não haja restrições ao número dos que podem ser considerados excelentes ou bons. E serão, se não houver quotas, quase todos. Aliás, como até agora. Daí que metade já esteja colocada no topo da carreira.
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Evidentemente que, para além das quotas para professores, deveria haver uma avaliação das escolas subordinada a quotas segundo uma distribuição normal.Tal avaliação, do meu ponto de vista, deveria atender a um conjunto de circunstâncias relevantes (sucesso escolar, ambiente social da escola, evolução nos últimos anos, etc.) e ser realizada por uma comissão mista de inspectores e representantes das escolas, sorteados anualmente.
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Porque o modelo do ministério poderia evoluir para um consenso se houvesse da parte dos sindicatos interesse nisso. Aos sindicatos, contudo, não nos iludamos, interessa a confrontação, porque essa é a receita mais eficaz para os seus dirigentes se perdurarem no cargo.
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Entretanto, os sindicatos da administração pública, os únicos que mobilizam porque o desemprego não atormenta os funcionários públicos, andam de braço dado com os comunistas nesta tarefa, que os alimenta, de tentarem abalar todas as tentativas de reforma.
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Dizendo isto, não digo que considere que todas as propostas na área da saúde, da educação, da justiça, etc. são boas. Como apartidário, o que me indigna é a falta de capacidade ou o excesso de umbiguismo, para concertar estratégias de reforma. Evidentemente que se passamos a vida a puxar cada um a brasa à sua sardinha nunca mais teremos o peixe assado.
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Foram atitudes destas que levaram a Primeira República ao fundo.
Precisamos de uma Quarta República? Talvez.
Mas repudio com todas as minhas forças que isso tenha de acontecer após seis meses de ditadura.
Sem ironia.

Sunday, November 23, 2008

OBAMA & HILLARY


OUTRA QUESTÃO DE QUOTAS

RF refere no seu comentário que o nível dos professores segue uma distribuição normal; que em 120.000 não serão todos Excelentes e Muito Bons. Parece-me que o seu raciocínio tem vários pressupostos que convinha justificar. Em primeiro lugar, tenho boas razões para crer que não estamos perante variáveis aleatórias. Há escolas que são mais "apetecíveis" por parte dos professores; há escolas que, em média, têm claramente melhores professores que outras. Entre mim e alguns amigos, acompanhei no meu 10, 11 e 12o anos o que era a capacidade pedagógica (e científica) em quatro escolas: Liceu Camões, Secundária de Benfica, Liceu Gil Vicente e Escola Secundária dos Anjos. Acredite que a probabilidade de ter um professor excelente no Camões era claramente superior a qualquer uma das outras. Destruída a ideia de que tem uma variável aleatória, cai por terra a sua distribuição normal, certo? Ou seja, o Ministério da Educação pode ter razão em entender que apenas 5% dos 120.000 professores são excelentes. O problema é que uma escola não é uma amostra aleatória. A preocupação em não ter artificialmente todos os professores como excelentes é legítima, mas é uma preocupação que está perfeitamente resolvida em sistemas de avaliação que não este.
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O AR tem alguma razão no reparo que fez ao meu comentário.
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Concordo inteiramente que as escolas têm, também elas, níveis de qualidade diferentes, assim como defrontam diferentes níveis de dificuldade em função da qualidade dos alunos que as frequentam e dos meios sociais em que se inserem. Devem, portanto, também as escolas ser classificadas, atribuindo-se diferentes compensações em conformidade com os seus sucessos ou insucessos, considerando todas as circunstâncias relevantes. Nessa classificação, que deveria ser incumbência de uma comissão mista de inspectores escolares e de representantes, sorteados, das escolas, também deveria ser considerada uma distribuição normal, sujeita a quotas, portanto.

UMA HISTÓRIA MUITO MAL CONTADA

Um homem, que foi Ministro e é Conselheiro de Estado, e que há muito tem um pé na política e o resto no mundo dos negócios, embarcou há anos com um companheiro de partido, e seu colega no governo, como Secretário de Estado, numa aventura de banqueiros que, como pareciam ser todas as aventuras de banqueiros, estava destinada a deslumbrar o mundo com imparáveis sucessos. Por razões que começa agora a saber-se porquê, a aventura deu com os burrinhos na água e o ex-Secretário de Estado está em prisão preventiva.
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É quando a bronca rebenta que começam as tricas das comadres. Com o parceiro em maus lençóis, adianta-se o ex-Ministro, que durante anos andou mudo e quedo como um penedo, a pedir para ser ouvido na AR. Não foi ainda, mas vai ser, segundo as últimas notícias. Entretanto, desdobrou-se em declarações às televisões, uma coisa que ele queria e as televisões agradecem porque os telespectadores se lambem com os escândalos.
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E o que disse o ex-Ministro, homem de negócios e Conselheiro de Estado, além do mais?
Que em 19 de Abril de 2001 tinha falado com o vice-governador do Banco de Portugal, responsável pela supervisão do sistema bancário, com a intervenção de um outro ex-Ministro, também seu companheiro de partido e ex-governador do Banco de Portugal, que confirma a intervenção mas diz ignorar as razões dela, para dizer ao vice-governador que o ex-Secretário de Estado, presidente do grupo financeiro onde o ex-Ministro era administrador, tinha uma forma de governo do grupo muito original que mereceria mais atenção da supervisão do Banco de Portugal. Até porque, teria invocado o ex-Ministro, ele próprio tinha no grupo parte considerável das suas consideráveis poupanças e andava, portanto, preocupado. Se bem repararmos no argumento percebemos que ele pode ter duas interpretações mas o ex-Ministro escolhe agora aquela que lhe convem.
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O ex-vice governador do Banco de Portugal apressou-se a dizer que o ex-Ministro o teria procurado, sim senhor, para reclamar o excesso de supervisão a que o Banco de Portugal estava a sujeitar o banco onde ele, ex-Ministro, era administrador.
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Quem ouve isto não pode deixar de pensar que o ex-Ministro mente ou joga com as palavras. Porque, até pode ser verdade, mas é incrível que um administrador, accionista e depositante num banco, perante uma situação que o deixava alarmado, em vez de resolver o assunto em sede própria, isto é nos órgãos sociais do banco, e desde logo em conselho de administração onde tinha assento, tenha recorrido à intervenção de um companheiro partidário para ir dizer ao responsável pela supervisão que deveriam ter mais cuidado com a gestão do banco onde ele também era administrador.
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Não gruda, como se costuma dizer.
O PR, que o nomeou Conselheiro de Estado, tem obrigação de o demitir se ele, conforme parece, não está disposto a fazê-lo.
Ao PR não basta ser honesto.

Saturday, November 22, 2008

YES, HE CAN!

O mundo que se repete
- Fractal


A nossa Amiga A., enviou-nos o texto, que abaixo transcrevo, da BBC News, comentando:
"E ainda dizem que sou uma pessimista...Como diz no fim deste artigo, eles já se "enganaram" antes com o Iraque. Resta saber se desta vez acertaram ou se pretendem algo com mais um "engano".
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US economic, military and political dominance is likely to decline over the next two decades, according to a new US intelligence report on global trends.
The National Intelligence Council (NIC) predicts China, India and Russia will increasingly challenge US influence. It also says the dollar may no longer be the world's major currency, and food and water shortages will fuel conflict. ...The EU is meanwhile predicted to become a "hobbled giant", unable to turn its economic power into diplomatic or military muscle. A world with more power centres will be less stable than one with one or two superpowers, it says, offering more potential for conflict. Global warming, along with rising populations and economic growth will put additional strains on natural resources, it warns, fuelling conflict around the globe as countries compete for them. ..."Strategic rivalries are most likely to revolve around trade, investments and technological innovation and acquisition, but we cannot rule out a 19th Century-like scenario of arms races, territorial expansion and military rivalries," the report says. "Types of conflict we have not seen for a while - such as over resources - could re-emerge." Such conflicts and resource shortages could lead to the collapse of governments in Africa and South Asia, and the rise of organised crime in Eastern and Central Europe, it adds. And the use of nuclear weapons will grow increasingly likely, the report says, as "rogue states" and militant groups gain greater access to them.

Friday, November 21, 2008

SIMULAÇÕES E TERRAMOTOS


Sindicatos da Administração Pública manifestam-se hoje contra aumentos salariais de 2,9 por cento para 2009
A Frente Comum dos sindicatos da Administração Pública realiza hoje uma manifestação nacional contra os aumentos salariais de 2,9 por cento para 2009 na Função Pública propostos pelo Governo.
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14.000.000.000
Os bancos emitiram cerca de 14 mil milhões de euros de dívida em Portugal e no exterior até Outubro.
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Muito provavelmente, os sindicatos da função pública souberam da segunda notícia e entenderam que dinheiro não falta. E lançaram-se, mais uma vez, ao ataque.

Entretanto, os trabalhadores do sector privado, aqueles que pagam os ordenados ao sector público, tentam a todo o custo manter os seus postos de trabalho. Quem fala em greves fora do sector público? Ninguém pode.

Marx, de novo na ordem do dia, teria de rever de alto a baixo alguns conceitos.
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Com um PSD em desintegração e um CDS sem saber que lugar ocupa, PCP e BE continuarão a capitalizar o oportunismo que a crise lhes proporciona, enquanto a economia se desmorona imparavelmente.
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Lamentavelmente, não são testáveis os resultados dos exercícios de opostunismo e demagogia.

DYING SUNLIKE STAR



Explanation: Also known by the popular name the "Little Dumbbell Nebula", M76 is one of the fainter objects listed in Charles Messier's 18th century Catalog of Nebulae and Star Clusters. Like its better-known namesake M27 (the Dumbbell Nebula), M76 is recognized as a planetary nebula - a gaseous shroud cast off by a dying sunlike star. The nebula itself is thought to be shaped more like a donut, its central box-like appearance due to our nearly edge-on view. Gas expanding more rapidly away from the donut hole produces the more extensive, far flung material in this remarkable image that uses narrow-band filters to highlight the emission from hydrogen (in red) and oxygen atoms (in greenish blue). In particular, complex oxygen emission features are seen above and below the main nebula to a degree not detected in most images of M76. Distance estimates place M76 about 3 to 5 thousand light-years away toward the heroic constellation Perseus, making the nebula over a light-year in diameter.

Thursday, November 20, 2008

BYBLOS - 2

No dia 11 de Fevereiro deste ano escrevi aqui,
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BYBLOS
Fui levado pela publicidade gigante pendurada nos ombros do novo edifício da zona das Amoreiras que anuncia estar ali a maior livraria de Portugal. E deve estar. E digo, deve estar, apenas por uma questão de cepticismo meu congénito relativamente a tudo que se reclama maior que, porque eu nunca vi maior, nem em Portugal nem em outra parte do mundo. Mesmo as maiores livrarias da Barnes & Noble nos Estados Unidos serão, quanto muito, suponho, de dimensão equiparável. São mais de 3200 metros quadrados distribuídos por dois pisos, dedicados fundamentalmente à exposição de livros, alguns deles empilhados em blocos de milhares de exemplares de uma só obra. E talvez sejam estas pilhas de papel impresso que dão a impressão de termos entrado mesmo no maior espaço livreiro do mundo.
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A clientela não abundava e as caixas estavam paradas quando por lá passei.
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Saí com a sensação de que cada vez percebo menos de negócios.
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Hoje, o meu Amigo FC., a propósito de Notícia do dia comentava que, para além do desaire da equipa das quinas e da insólita candidatura do Banco Português Privado a uma garantia do Estado para o financiamento das suas actividades especulativas haverá que juntar a notícia do encerramento da Byblos:
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Sobre a livraria Byblos escrevi no meu blog em 19 de Fevereiro deste ano: “Livros : a tabuleta pode ser (não é) muito chamativa : «Byblos, livrarias», mas aquele interior...É um espaço anunciado de 3.300m2, bem estruturado para que os clientes vejam, manuseiem e, se quiserem, saboreiem os livros que superabundam nas ofertas temáticas mais variadas. O dístico apenso à parede convida ao relax: «sempre imaginei que o Paraiso fosse uma espécie de livraria»(Jorge Luís Borges).Clientes? Onde estão eles? Ali ao lado, no CC Amoreiras, acotovelam-se. Aqui escasseiam. Pensamos grande, agimos pequeno”. Logo vaticinei para comigo este triste fim.
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Como é costume dizer-se, estava-lhe na cara.
A dúvida que me sobra é se quem investiu não sabia no que se metia ou se se meteu por outras razões que desconheço mas posso especular.

PARA A HISTÓRIA DA CRISE - 2

A que distância fica ainda o fundo? Que valores das empresas representam, afinal, as cotações das bolsas? Apenas os valores esperados para as cotações de amanhã. Em nenhum outro casino são tão elevados os lances nem tão dramáticas as consequências dos apetites pelo jogo.
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Nas condições para que derivou, a bolsa não um casino, é o Grande Casino. Com todas as consequências viciantes e destruidoras dos jogos de azar
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Que o Banco Privado Português, um banco especializado na especulação bolsista se tenha candidatado à garantia do Estado para obtenção de financiamentos é, no mínimo, uma pretensão despudorada. A quem aproveita a actividade do BPP? Aos seus clientes, jogadores, e só a eles.
Por este andar ainda veremos candidaturas dos frequentadores do Casino Estoril, Casino Liboa,
Casino da Póvoa, etc.
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COTAÇÕES ÀS 17 HORAS DE HOJE

PSI20: 6028.04 -3.89% Nasdaq 0.76% Dow Jones-1.12% Ibex35-2.72% CAC40-3.48% AEX-4.33% BEL-4.28% Euronext 100-3.85% PSI Geral-3.33% Dax30-3.08% HANGSENG-4.77% IGBM-3.06% Ftse100-3.26% S&P500-6.12% SMI-2.67% MIB 30-2.76% TecDax-5.62% Latibex-6.70% Nikkei225-6.89% Bovespa-2.02%

Empresa /Cot./D./h./Var.último fecho./Máx. Sessão/Mín. Sessão/Volume7Total $/%
Altri 2,140 16:35 -0,100 -4,550 2,180 2,110 1.354.237
BCP 0,710 16:38-0,040 -5,750 0,740 0,690 9.972.864
BES 6,110 16:39 -0,440 -6,750 6,400 6,080 1.371.663
Banco BPI 1,490 16:38 -0,040 -2,420 1,520 1,460 4.325.149
Brisa 5,990 16:35 -0,210 -3,390 6,140 5,850 428.851
Cimpor 3,270 16:35 -0,010 -0,180 3,340 3,100 456.322
EDP 2,570 16:35 -0,140 -5,140 2,640 2,540 6.595.602
EDP Renováveis 4,600 16:37 -0,050 -1,100 4,600 4,330 1.552.132
Galp Energia 7,420 16:37 -0,550 -6,900 7,770 6,950 4.021.519
Jerónimo Martins 3,900 16:35 -0,170 -4,080 4,170 3,760 2.911.789
Mota-Engil 2,450 16:35 -0,080 -3,160 2,550 2,400 359.939
P. Telecom 5,590 16:35 -0,060 -1,010 5,650 5,410 3.727.792
Portucel 1,550 16:35 -0,070 -4,260 1,600 1,550 290.554
REN 2,450 16:35 -0,060 -2,390 2,560 2,420 168.514
Semapa 6,380 16:35 -0,120 -1,8306,500 6,260 313.439
Sonae Indústria 1,600 16:35-0,050 -3,090 1,640 1,540543.448
Sonae SGPS 0,420 16:35 -0,020 -3,420 0,440 0,410 14.829.872
Sonaecom 0,960 16:35 -0,050 -4,500 0,990 0,930 942.540
Teixeira Duarte 0,630 16:35 -0,020 -2,340 0,630 0,590 619.162
Zon Multimedia 3,570 16:35 -0,160 -4,320 3,840 3,550 378.325
Cotações em euros

NOTÍCIA DO DIA

A notícia do dia parece ser a derrota da equipa portuguesa de futebol perante a congénere brasileira por um resultado que já não conseguia há 53 anos: 6-2.
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Talvez por isso, pouca gente falará hoje do Banco Privado Português, o banco que recebeu os testemunhos de muita figura pública em anúncios publicados na revista do Expresso, e do seu presidente João Rendeiro, também prestigiado coleccionador de arte.
Falar-se-á nos próximos dias, seguramente, depois de ter sido acaloradamente discutida a saída de Carlos Queirós como treinador da equipa nacional.
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Cada coisa a seu tempo ainda que o tempo seja pouco para digerir tanta má notícia.
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Depois de o BCP ter desmentido oficialmente estar a negociar ou a estudar a compra do BPP ou de qualquer outro banco, João Rendeiro recusou fazer declarações adicionais ao Negócios, remetendo qualquer explicação para a entrevista que o banqueiro deu ontem à SIC Notícias, às 23 horas, altura em que a edição em papel do Negócios já estava fechada. As declarações do banqueiro ao canal de televisão podem, no entanto, ser consultadas na edição electrónica (http://www.jornaldenegocios.pt/).

Wednesday, November 19, 2008

IRONIA 2

Ouço de manhã na rádio que a Fenprof, convocada para uma reunião, hoje, no ministério, advertiu, antes de entrar para a sala, que se a ministra não garante logo desde o início da reunião que suspende o processo de avaliação a Fenprof retirar-se-á imediatamente .
Ouço, à tarde, que a Fenprof, cumprindo a ameaça de se retirar da reunião, retirou-se.
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Ouço isto, e tento reinterpretar a gaffe, a convicção ou a ironia de MFLeite.
Se foi gaffe, não pode deixar de reflectir alguma convicção embora a exceda. Quero com isto dizer que, se houve gaffe, de alguma forma MFLeite acredita naquilo que disse mas foi politicamente incorrecto dizê-lo.
Se não foi gaffe mas uma intervenção pensada com o objectivo de provocar debate à volta de uma proposta, por mais bizarra que imediatamente pareça, deve assumir mais claramente essa posição para que ela não possa confundir-se com uma intenção irónica, que se o for, terá interpretação diversa daquilo que parece ter dito.
Se foi ironia, como aplicá-la a este caso concreto da recusa da Fenprof em discutir com o ministério se este não garantir antecipadamente suspender o objecto em discussão?
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A MFLeite não compete resolver o imbróglio em que a ministra se meteu. O que não entendo é onde pode encontrar-se ironia na sua afirmação quando sugere que talvez só possa haver solução suspendendo-se a democracia, invocando razões de que a ministra nunca se queixou.
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Alguma ironia, se o pretende ser, por vezes não passa de piada de mau gosto.

IRONIA



Tuesday, November 18, 2008

OUTRA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Uma avaliação sem recurso nem manif de contestação:
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Entre os ministros das finanças de 19 países
"Financial Times" classifica Teixeira dos Santos como pior ministro das Finanças da UE


O ministro português Fernando Teixeira dos Santos, é considerado pelo jornal britânico "Financial Times" (FT) como o pior ministro das Finanças entre os 19 países da União Europeia (UE) analisados. O fraco desempenho da economia nacional e o baixo perfil europeu justificam a escolha. A classificação do FT, que tem em conta indicadores económicos e a opinião de um painel de economistas, atribuiu a pior “performance” política ao ministro português (19 pontos). É este o principal factor a justificar a má nota. Teixeira dos Santos está também entre os governantes europeus com pior desempenho a nível macroeconómico. Pior no “ranking” do FT estão apenas os ministros das Finanças do Reino Unido, Alistair Darling, e de Espanha, Pedro Solbes.A melhor classificação atribuída ao ministro português é na estabilidade (11 pontos), o que perfaz uma classificação média de 16,4 pontos. A mais alta entre todos os países da UE e, por conseguinte, a pior nota. O “ranking” deste ano do FT é liderado pelo ministro da Finanças da Finlândia, Jyrki Katainen, com uma classificação média de 3,8 pontos. A estabilidade do sistema financeiro e o equilíbrio orçamental são os pontos fortes do governante finlandês.
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Lê-se esta notícia de hoje, recorda-se o que disse hoje MF Leite, e pensa-se que estaremos muito pior do que julgávamos ontem. Ou admitimos que nada disto faz sentido.

BYE BUSH


POR DETRÁS DA AVALIAÇÃO

O meu Amigo F., comentou o post O óbvio e o provável . Porque se trata do testemunho de uma pessoa que percorreu a maior parte da sua carreira profissional em funções lectivas e de consultor de formação, parece-me de todo pertinente esta distinção mínima para as palavras que teve a amabilidade de colocar neste obscuro blog:
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"Tenho para mim que esta guerra ultrapassa largamente a questão do modelo de avaliação. Se fosse esta a questão seria técnica e então seriam os especialistas (que os há) a pronunciarem-se. Ora nunca os sindicatos foram por essa via, pelo que nunca apresentaram qualquer alternativa de modelo porque sabem que seria um fiasco. A questão inscreve-se num movimento geral de contestação (com ou sem razão) na linha política do “quanto pior melhor”.
Quanto a mim ceder seria a vitória dos contestatários que festejariam a sua militância e não o que dizem ser a sua luta, porque então, a avaliação ficaria num impasse ainda maior. Tecnicamente a posição da Srª Ministra está correcta: os sistemas corrigem-se; no fundo é o que está a fazer: corrigir um sistema de avaliação que não avaliava (distinguia) ninguém e que distinguia por antiguidade, que bem poderia ser por incompetência acumulada.
Sendo assim, por que é que os sindicatos continuam tão irredutíveis? É porque sabem que, perdendo esta guerra, perdem grande parte da influência que detêm no Ministério da Educação desde há 30 e tal anos, por onde passaram Ministros reconhecidamente pouco competentes em matéria educativa, salvando o malogrado Cardia que, não obstante os esforços, também pouco conseguiu.
Há forças sociais mais poderosas do que pensamos..."

O COMEÇO DO FIM

Ouço e não quero acreditar no que ouço: "Não é possível, em democracia, fazerem-se reformas estruturais ... precisaríamos de suspender a democracia por seis meses para as conseguir implementar". Se não foi assim, tal e qual, foi muito parecido.
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Durante os próximos dias, pelo menos, teremos um mote para muito entretenimento. Até que apareça o senhor que se segue.
Presumo que ele não esperasse que acontecesse tão cedo.
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(colocado quatro horas depois)
Ferreira Leite pergunta se "não seria bom haver seis meses sem democracia" para pôr "tudo na ordem" 18.11.2008 - 17h20 Lusa
A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, perguntou hoje se "não seria bom haver seis meses sem democracia" para "pôr tudo na ordem", num comentário às reformas que o actual Governo tem realizado em áreas como a justiça, educação ou saúde.
No final de um almoço promovido pela Câmara de Comércio Luso-Americana, Ferreira Leite elegeu a reforma do sistema de justiça "como primeira prioridade" para ajudar as empresas portuguesas. Questionada sobre o que faria para melhorar o sistema de justiça, a líder social-democrata demarcou-se da atitude do primeiro-ministro, José Sócrates, que "na tomada de posse anunciou como grande medida reduzir as férias do juiz".
Defendendo a ideia de que não se deve tentar fazer reformas contra as classes profissionais, Ferreira Leite declarou: "Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia...". "Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se", observou em seguida a presidente do PSD, acrescentando: "E até não sei se a certa altura não seria bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia". "Agora em democracia efectivamente não se pode hostilizar uma classe profissional para de seguida ter a opinião pública contra essa classe profissional e então depois entrar a reformar - porque nessa altura estão eles todos contra. Não é possível fazer uma reforma da justiça sem os juízes, fazer uma reforma da saúde sem os médicos", completou Manuela Ferreira Leite. A presidente do PSD disse que a última coisa que faria num discurso de posse como primeira-ministra seria "atacar fosse quem fosse" e acusou o Governo de ter falhado as reformas da educação, saúde, Administração Pública e justiça. "Qualquer político que pretenda alterar um sistema não o pode fazer contra esse sistema. Portanto eu acho que estão arrumadas, no mau sentido, as reformas da educação, saúde, Administração Pública, justiça. Fizeram-se umas coisitas, mas não é a reforma", considerou. À saída do almoço-debate, Manuela Ferreira Leite não quis responder às perguntas dos jornalistas, que tentaram questioná-la sobre as suas declarações relativas à democracia. A presidente do PSD respondeu apenas à primeira questão, sobre o ministro da Agricultura, Jaime Silva, dizendo que mantém todas as críticas que fez à política agrícola do Governo: "Não retiro uma vírgula àquilo que disse".

O ÓBVIO E O PROVÁVEL


Professores rejeitam proposta de criação de comissão de sábios para a avaliação
A Plataforma Sindical dos Professores rejeitou hoje a hipótese de se criar uma "comissão de sábios" para negociar o processo de avaliação dos docentes, como propôs ontem o socialista António Vitorino.
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Como tenho, repetidamente, dito, aqui e em outros blogs que abordam o tema, o que está em causa não é o sistema de avaliação mas o sistema de quotas. Ou podem ser todos bons, como entendeu o feitor da Madeira, ou excelentes, ou nenhum sistema de avaliação de desempenho será aceitável pelos sindicatos.
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A situação arrastar-se-á para uma situação de confronto que i) terminará pela desmobilização dos professores ou ii) pela requisição civil dos mesmos. O afastamento, voluntário ou não, da ministra está afastado. Presumo que, em situação extrema, o PM preferiria provocar eleições antecipadas, que talvez ganhasse com maioria absoluta, do que deixar cair a ministra depois de ter (mal) deixado cair Correia de Campos.
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Para Vital Moreira (in Público de hoje), e concordando com o que Miguel Sousa Tavares escreveu a propósito no Expresso, "a derrota do Estado na avaliação dos professores seria o dobre de finados por qualquer reforma susceptível de afectar um grupo de profissionais numeroso ou influente " acrescentando depois que "O único direito que está em causa é o direito dos professores que querem ser avaliados e que não podem ser impedidos por quem não deseja sê-lo".
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Curioso, do meu ponto de vista, é que não aborde a questão subjacente a toda a mobilização dos professores: as quotas. Lá chegarão.

OS CLINTON



Secretary of State Clinton?
If the rumors are true, is Hillary the best choice for the job? We say no.

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Diz quem sabe destas coisas: , "Os administradores da SAD do dragão receberam 697.000 euros como prémio de vitória no campeonato e de terem sido finalistas na taça de Portugal. Os administradores da SAD do leão receberam 120.000 euros como prémio de classificação em 2º lugar no campeonato, porta aberta para a disputa da champions league, e de vitória na taça de Portugal.Os administradores da SAD da águia receberam 180.000 euros a título de prémio de gestão, apesar de o Benfica ter ficado em 4º lugar no campeonato!... Prémio a título de terem feito crescer os proveitos da águia, justificou o adido de imprensa..."
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Não é meu hábito comentar resultados desportivos. Neste caso, contudo, o que está em causa são os resultados financeiros de três sociedades que se dedicam ao negócio de futebol. E o que há de mais perverso na forma como os administradores destas sociedades se atribuiram prémios de desempenho não é o facto de no Benfica terem escolhido os proveitos como parâmetro de atribuição dos prémios mas o de todos eles ignorarem aquilo que, realmente, interessa do ponto de vista de uma sociedade cotada em bolsa: os resultados financeiros. Porque, se os resultados financeiros são objectivos secundários destas sociedades, como pode explicar-se a cotação das suas acções em bolsa? No limite, podem estas sociedades estar tecnicamente falidas, e provavelmente algumas estarão, e os administradores continuarão a embolsar aquilo que não é pertença das sociedades que gerem.
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Nada que não tenha acontecido em outras sociedades não desportivas, reconheça-se. O empolamento doloso de resultados com que muitos administradores justificaram a retirada de retribuições estratosféricas, e provocaram o despoletar da crise financeira que atormenta a economia global, insere-se no mesmo conjunto de acções de saque sem escrúpulos. A única diferença é que estes administradores de meia tigela locais do futebol, por não terem meios de empolar os resultados financeiros, recorreram ao que lhes estava mais à mão.
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E ainda se contesta a pretensão dos professores de todos serem bons ou excelentes!

Monday, November 17, 2008

TABUADA


" A física é uma ciência...Prestem atenção: ciência! Lembrem-se dos acentos...
...
Suávamos todos. Mas limpávamos pressurosamente as mãos à camisa, não fôssemos borrar a escrita, que havia de ser vista e classificada pelo senhor Inspector, como tínhamos sido solenemente avisados.
...
Mas a canalha miúda, que retomara a voz, não queria saber de desgraças, e seguia cantando monotonamente:

Bê-á-bá; bê-é-bé; bê-i-bi; bê-ó-bó; bê-u-bu; três vezes um, três; três vezes dois, seis; três vezes três, nove; três vezes nove, vinte e sete...
...
E mais ou menos assim acabava aula da manhã."
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Ocorreu-me este texto de Torga (A Criação do Mundo) a propósito de uma entrevista publicada no Público a Ron Aharoni, autor de "Aritmética para Pais", livro lançado hoje em Lisboa. Segundo o autor, "para aprender matemática é preciso bons professores, bons manuais, saber a tabuada, fazer uma coisa de cada vez e só passar à seguinte depois de compreender a primeira."
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A receita não é original, Nuno Crato, por exemplo, tem referido muitas vezes a memorização, a começar pela da tabuada, como um factor essencial à aprendizagem da matemática. Tal como no tempo em que Torga frequentou a escola primária, há quase cem anos.
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E recordei-me também, mais um vez, da minha fracassada experiência de explicador de aritmética.
Tinha então dezasseis anos, e o senhor Fernandes pediu-me se eu não me importaria de dar umas explicações à filha, nessa altura, uma moça de 11 anos a frequentar o quinto ano de escolaridade.
Apareceu-me a filha do Fernandes à hora combinada, e, quase imediatamente percebi que ela não sabia a tabuada.
Com a maior delicadeza que consegui juntar, disse-lhe que deveria começar por decorar a tabuada, lendo-a e escrevendo-a tantas vezes quantas as necessárias.
A minha primeira e única explicanda ouviu, concordou, mas nunca mais me apareceu.
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Um caso de abandono escolar que afastou de mim qualquer ideia de ser um dia professor. Ainda que, ao que parece, a minha receita para filha do Fernandes continue válida tantos anos depois.

A CRISE E AS GREVES

Ouço na rádio, esta manhã, que também o Japão já entrou em recessão.
E, a seguir, que correm rumores, entre os professores, de uma próxima greve geral às notas e aos exames.
Depois, leio no Público online que Ministério da Educação admite alterações ao sistema de avaliação dos professores segundo noticia o “site” da rádio TSF.
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Como já tenho referido, independentemente da razoabilidade do sistema de avaliação adoptado para os professores, o que está em causa não é o sistema de avaliação em si mas as quotas. De modo que, ou muito me engano ou a disponibilidade do ministério para a alteração do sistema de avaliação vai progredir para um estádio residual que será um arremedo do original. Nessa altura, os sindicatos avançarão com a questão primordial das quotas invocando uma razão que a grande maioria compra por ignorância, real ou propositada, de questões básicas de estatística: Num universo de cento e vinte mil avaliados nem todos serão bons ou excelentes mesmo que os resultados da avaliação digam o contrário.
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Em tempos de crise global, que ameaça fazer centenas de milhões de desempregados em todo o mundo, os professores portugueses sentem-se à vontade para fazer greves a notas e a exames, não porque todos se julguem bons ou excelentes mas porque julgam não correr o risco de desemprego por muito dura que seja a crise para muitos. Para os mineiros de Aljustrel, por exemplo.