Robert Aumann, Prémio Nobel da Economia 2005, em entrevista concedida ao correspondente do Expresso em Jerusalém, afirma peremptoriamente que "a situação não é tão má como a pintam e não há motivos para tanta preocupação".
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Eu não sei se Aumann dispõe de boas indicações para arriscar colocar-se contra a corrente, mas tenho de admitir que sim, atendendo às suas grandes credenciais. Conforto-me com esta conclusão e, de imediato, ocorrem-me todos os igualmente grandes credenciados que afinam em sentido contrário: "the worst is yet to come". Em que ficamos?
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Não sei. Pelos vistos, ninguém sabe. No entanto, se estas coisas fossem decididas a votos, é certo e sabido que, hoje, ganhariam os que prevêm para o próximo ano piores dias em quase toda a parte do mundo. Em Portugal, por exemplo, a teimosia do governo, e sobretudo do Ministro das Finanças, em contrariar nas suas previsões as perspectivas mais pessimistas ditadas pelos organismos internacionais é motivo de contestação geral da oposição à esquerda e à direita. Temos de ter crise em grande, à viva força.
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E teremos. A crise é vaidosa: incha sempre que se fala dela.
Se o rebanho vai por aí quem é que escuta Aumann e não vai por aí?