Friday, November 28, 2008

RENDEIRO, RENDE-SE

Ouço esta manhã na rádio que Rendeiro já admitiu aceitar a demissão se essa for a melhor solução para os problemas do BPP. Pudera, com seis bancos a entrar com 500 milhões para resgatar os salvados, melhor seria permanecer Rendeiro no banco para dizer qual a melhor forma de estoirar mais estes milhões.
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Resta saber agora quem vai pagar a conta: se os accionistas e os clientes, que viam em Rendeiro um mago que durante anos lhes fez crescer esplendorosamente os saldos e os vícios, ou os contribuintes e os portugueses em geral se a burra não aguentar e arrear a carga.
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Com tanta garantia prometida aos banqueiros, se em cima deste sismo se desenvolver outro daqui por uns meses, a crise abater-se-á de forma imparável sobre o zé da rua. A única forma de afastar este espectro seria obrigar, desde já, a devolução dos valores que foram parar onde não deviam se as contas tivessem sido prudentes e correctas. Mas pelo andar da carruagem, que é lenta e anda aos tropeções, não é esperável que os prejudicados destas Donas Brancas sejam os que entraram no jogo já tarde mas os que nunca se envolveram em burlas e jogos financeiros.
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Já depois de ter escrito este comentário, ouço na rádio que o BPN é um caso de polícia, o BPP um caso de azar. Se estou de acordo com a qualificação quanto ao primeiro, discordo quanto ao segundo: O que se passou no BPP não se confunde com o que se passou no BPN. Contudo, o caso do BPP não é propriamente um caso de azar mas a consequência normal do jogo de casino em que o BPP ganhou enquanto não perdeu. Aliás, Rendeiro, como muitos outros Rendeiros por esse mundo fora, animou a especulação a coberto da opacidade que fez a glória e a crise dos mercados financeiros. Era fatal. E continuará, enquanto perdurarem os offshores onde se confeccionam os veículos que transportam os produtos tóxicos.

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