RF refere no seu comentário que o nível dos professores segue uma distribuição normal; que em 120.000 não serão todos Excelentes e Muito Bons. Parece-me que o seu raciocínio tem vários pressupostos que convinha justificar. Em primeiro lugar, tenho boas razões para crer que não estamos perante variáveis aleatórias. Há escolas que são mais "apetecíveis" por parte dos professores; há escolas que, em média, têm claramente melhores professores que outras. Entre mim e alguns amigos, acompanhei no meu 10, 11 e 12o anos o que era a capacidade pedagógica (e científica) em quatro escolas: Liceu Camões, Secundária de Benfica, Liceu Gil Vicente e Escola Secundária dos Anjos. Acredite que a probabilidade de ter um professor excelente no Camões era claramente superior a qualquer uma das outras. Destruída a ideia de que tem uma variável aleatória, cai por terra a sua distribuição normal, certo? Ou seja, o Ministério da Educação pode ter razão em entender que apenas 5% dos 120.000 professores são excelentes. O problema é que uma escola não é uma amostra aleatória. A preocupação em não ter artificialmente todos os professores como excelentes é legítima, mas é uma preocupação que está perfeitamente resolvida em sistemas de avaliação que não este.
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Concordo inteiramente que as escolas têm, também elas, níveis de qualidade diferentes, assim como defrontam diferentes níveis de dificuldade em função da qualidade dos alunos que as frequentam e dos meios sociais em que se inserem. Devem, portanto, também as escolas ser classificadas, atribuindo-se diferentes compensações em conformidade com os seus sucessos ou insucessos, considerando todas as circunstâncias relevantes. Nessa classificação, que deveria ser incumbência de uma comissão mista de inspectores escolares e de representantes, sorteados, das escolas, também deveria ser considerada uma distribuição normal, sujeita a quotas, portanto.
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