Tuesday, November 18, 2008

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Diz quem sabe destas coisas: , "Os administradores da SAD do dragão receberam 697.000 euros como prémio de vitória no campeonato e de terem sido finalistas na taça de Portugal. Os administradores da SAD do leão receberam 120.000 euros como prémio de classificação em 2º lugar no campeonato, porta aberta para a disputa da champions league, e de vitória na taça de Portugal.Os administradores da SAD da águia receberam 180.000 euros a título de prémio de gestão, apesar de o Benfica ter ficado em 4º lugar no campeonato!... Prémio a título de terem feito crescer os proveitos da águia, justificou o adido de imprensa..."
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Não é meu hábito comentar resultados desportivos. Neste caso, contudo, o que está em causa são os resultados financeiros de três sociedades que se dedicam ao negócio de futebol. E o que há de mais perverso na forma como os administradores destas sociedades se atribuiram prémios de desempenho não é o facto de no Benfica terem escolhido os proveitos como parâmetro de atribuição dos prémios mas o de todos eles ignorarem aquilo que, realmente, interessa do ponto de vista de uma sociedade cotada em bolsa: os resultados financeiros. Porque, se os resultados financeiros são objectivos secundários destas sociedades, como pode explicar-se a cotação das suas acções em bolsa? No limite, podem estas sociedades estar tecnicamente falidas, e provavelmente algumas estarão, e os administradores continuarão a embolsar aquilo que não é pertença das sociedades que gerem.
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Nada que não tenha acontecido em outras sociedades não desportivas, reconheça-se. O empolamento doloso de resultados com que muitos administradores justificaram a retirada de retribuições estratosféricas, e provocaram o despoletar da crise financeira que atormenta a economia global, insere-se no mesmo conjunto de acções de saque sem escrúpulos. A única diferença é que estes administradores de meia tigela locais do futebol, por não terem meios de empolar os resultados financeiros, recorreram ao que lhes estava mais à mão.
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E ainda se contesta a pretensão dos professores de todos serem bons ou excelentes!

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