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Desiludam-se os que esperam que com a nacionalização do BPN será mais fácil saber sobre toda a verdade, antes pelo contrário, agora é que o assunto ficará esquecido. Em nome da estabilidade do sistema financeiro e, agora, do interesse dos contribuintes o assunto será definitivamente abafado. E não vai ser o PSD, que agora acusa o governo de promover o socialismo de Estado, que vai exigir que os criminosos sejam condenados.
Bastaria o BPN ser um banco para que contasse com a protecção do silêncio, mas o BPN nem é um banco qualquer e é mais do que um banco. O BPN juntou o poder do dinheiro a todos os outros poderes, desde o mundo da política ao mundo das secretas. É uma meada que poucos terão interesse em puxar.
Perante tantos indícios há muito que o BPN não deveria merecer apenas a atenção do Banco de Portugal, mas também do Procurador-Geral da República. Muito antes de Cadilhe ter entregues processos no Ministério Público já Oliveira e Costa tinha apresentado queixa contra quem fez chantagem sobre ele, ameaçando que divulgava provas de que o banco tinha feito lavagem de dinheiro. Quem fez a chantagem está a ser julgado, mas alguém investigou a suposta lavagem de dinheiro?
Um banco cria dezena de off-shores para fugir ao fisco e encobrir operações menos transparentes e não foi iniciada uma investigação sobre todas as actividades deste banco?
À volta deste banco giraram personalidades do governo de Cavaco Silva, como Dias Loureiro ou Oliveira e Costa, nada menos do que o então secretário-geral do PSD e o tesoureiro do PSD, personalidades ligadas às secretas como Daniel Sanches, o ministro da Administração Interna de Durão Barroso que entregou o negócio do SIRESP a uma empresa do universo do banco. Há conjugues de gente muito bem colocada no fisco com altas funções no BPN, até a secretária de Oliveira e Costa era esposa de um subdirector-geral dos Impostos. O braço direito de Oliveira e Costa no tempo em que este tinha o pelouro do fisco no governo de Cavaco Silva está à frente do contencioso fiscal do BCP e nomeou mais dirigentes do fisco do que qualquer ministro ou director-geral.
É uma teia de relações que cobre uma boa parte do poder económico e político das últimas duas décadas. Quem puxar a ponta da meada não saberá até onde chegará e isso é motivo mais do que suficiente para deixar tudo como está. Vivemos num país onde é crime assinar um cheque sem cobertura mas onde nada acontece aos administradores de um banco que deixam o próprio banco a descoberto.
Não só a questão do BPN é assunto mais do que encerrado, a bem da Nação, como não há uma única voz que exija alterações do código penal que contemple os comportamentos que levaram à situação do BPN ou à situação de crise financeira a que assistimos à escala mundial. Exige-se muito da regulação mas ninguém pede o fim da impunidade dos que subvertem as regras pondo em causa as poupanças de muitos milhares de cidadãos.
O crime do BPN vai ser abafado porque como sucede com a generalidade dos crimes económicos beneficiam o poder instalado.
Bastaria o BPN ser um banco para que contasse com a protecção do silêncio, mas o BPN nem é um banco qualquer e é mais do que um banco. O BPN juntou o poder do dinheiro a todos os outros poderes, desde o mundo da política ao mundo das secretas. É uma meada que poucos terão interesse em puxar.
Perante tantos indícios há muito que o BPN não deveria merecer apenas a atenção do Banco de Portugal, mas também do Procurador-Geral da República. Muito antes de Cadilhe ter entregues processos no Ministério Público já Oliveira e Costa tinha apresentado queixa contra quem fez chantagem sobre ele, ameaçando que divulgava provas de que o banco tinha feito lavagem de dinheiro. Quem fez a chantagem está a ser julgado, mas alguém investigou a suposta lavagem de dinheiro?
Um banco cria dezena de off-shores para fugir ao fisco e encobrir operações menos transparentes e não foi iniciada uma investigação sobre todas as actividades deste banco?
À volta deste banco giraram personalidades do governo de Cavaco Silva, como Dias Loureiro ou Oliveira e Costa, nada menos do que o então secretário-geral do PSD e o tesoureiro do PSD, personalidades ligadas às secretas como Daniel Sanches, o ministro da Administração Interna de Durão Barroso que entregou o negócio do SIRESP a uma empresa do universo do banco. Há conjugues de gente muito bem colocada no fisco com altas funções no BPN, até a secretária de Oliveira e Costa era esposa de um subdirector-geral dos Impostos. O braço direito de Oliveira e Costa no tempo em que este tinha o pelouro do fisco no governo de Cavaco Silva está à frente do contencioso fiscal do BCP e nomeou mais dirigentes do fisco do que qualquer ministro ou director-geral.
É uma teia de relações que cobre uma boa parte do poder económico e político das últimas duas décadas. Quem puxar a ponta da meada não saberá até onde chegará e isso é motivo mais do que suficiente para deixar tudo como está. Vivemos num país onde é crime assinar um cheque sem cobertura mas onde nada acontece aos administradores de um banco que deixam o próprio banco a descoberto.
Não só a questão do BPN é assunto mais do que encerrado, a bem da Nação, como não há uma única voz que exija alterações do código penal que contemple os comportamentos que levaram à situação do BPN ou à situação de crise financeira a que assistimos à escala mundial. Exige-se muito da regulação mas ninguém pede o fim da impunidade dos que subvertem as regras pondo em causa as poupanças de muitos milhares de cidadãos.
O crime do BPN vai ser abafado porque como sucede com a generalidade dos crimes económicos beneficiam o poder instalado.
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