Na "Revista da Qualidade", uma edição que se reclama ser uma "publicação sobre a excelência, inovação e competitividade", e que tem distribuição mensal gratuita com o jornal "Público", a fotografia de toda a capa da edição de Outubro era de Isaltino Morais, presidente da Câmara de Oeiras, um homem que anda há muito tempo a jogar à cabra-cega com a justiça.
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Ontem, soube-se que o tribunal condenou Fátima Felgueiras a três anos de prisão, com pena suspensa, mas, como a defesa vai recorrer da sentença, FF poderá continuar à frente da presidência do município que até tem o seu nome.
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Valentim Loureiro continua a marecer a admiração da maioria dos seus munícipes ao mesmo tempo que num dia ouve o apito dourado e cartão amarelo da Justiça e no dia seguinte está liberto para prosseguir no jogo.
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Semi-aberta essa caixa de pandora à nossa moda que se chama BPN, vêem-se sair de lá dentro as figuras mais insuspeitas enroladas na mesma manta onde sabíamos que moravam já as mais suspeitas num espectáculo de prestigiditação animado pela arte original e incomparável de discrição e tranquilidade do senhor governador do B(r)anco de Portugal. Até o honorável senhor Presidente do Tribunal de Contas emergiu a fumegar no meio do bouquet surpreendente. Perguntar-me-ão: E o BCP, e a CGD, e tantos outras instituições e indivíduos? A lista é longa, vergonhosamente longa se a vergonha não fosse uma palavra em desuso por estar o sentimento que expressa em vias de extinção.
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São assim os feitores do Estado: geralmente competentes, reconhecidamente idóneos, até ao dia em que se percebe que o Estado está cada vez mais pobre e os feitores cada vez mais ricos.
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Nesse dia, a Justiça continua vendada no jogo da cabra-cega.
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