Saturday, November 01, 2008

DESTRUNFANDO

O PM é hábil na apropriação dos argumentos mais consistentes da oposição; hoje reconheceu a pertinência do pagamento no vencimento das dívidas do Estado e, muito provavelmente, do Conselho de Ministros extraordinário convocado para amanhã, irá sair a decisão nesses sentido.
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É uma medida que terá um impacto notável na tesouraria das empresas com um efeito em cadeia que, mais do que os que até agora foram anunciados, pode realmente atenuar os choques da crise. Para além disso, se o Estado mantiver a partir de agora a condição de bom pagador, haverá um efeito de imitação induzido sobre toda a economia, alterando hábitos antigos que têm corroído sempre a produtividade das actividades económicas: o pagamento pontual permite o planeamento de tesouraria e, em consequência disso, a programação mais adequada das actividades produtivas; o atraso sistemático, para além do mais, é um consumidor intensivo de tempo, atenção e capacidade dos que têm responsabilidades de gestão global das empresas.
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Trata-se, enfim, de uma medida, que não sendo grátis para o Estado, poderá vir a retribuir-lhe a concessão, pelo menos parcialmente, através da manutenção de um nível de actividade que, de outro modo, seria bem menor; por outro lado, um bom pagador consegue sempre negociar melhores condições que um sistemático mau pagador. Assim, o queira.
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Sócrates considera legítimas as críticas aos atrasos no pagamento às empresas
O primeiro-ministro, José Sócrates, admitiu hoje que as críticas de que o Estado está a pagar tarde às empresas fornecedoras de bens e serviços “são legítimas e pertinentes” no actual cenário de crise financeira.
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