XI´AN, SETEMBRO, 22

Embarcamos na estação de combóios de Pingyao às 20 horas para uma viagem de 11 horas que nos levará até Xi´an (Sian). É a nossa segunda viagem ferroviária e, mais uma vez, os horários são cumpridos. Acordamos cedo e damos conta que estamos a passar pela planície por onde corre o Rio Amarelo, que atravessámos de noite, sem dar por isso. À chegada ao hotel somos agradavelmente surpreendidos pelo facto de os quartos ficarem libertos dentro de uma hora, permitindo-nos um banho recuperador após uma viagem tão longa.

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Xi´an (lê-se no Guia do American Express) é a capital de (província) de Shaanxi moderna e foi capital de 11 dinastias ao longo de 4000 anos...Os Chineses fazem remontar as suas origens ao mítico Imperador Amarelo, que se fixou em Xianyang (2200 a.C.). Xi´an atingiu o apogeu com a dinastia Tang (618-907), quando a sua posição no extremo oriental da Rota da Seda a converteu numa metrópole, atraindo mercadores e membros de religiões estrangeiras, como os Cristãos Nestorianos, Muçulmanos, Zoroastianos, Maniqueus e Budistas. Mais tarde a cidade entrou em declínio, mas inda detém fabulosos locais e uma próspera economia turística.

Actualmente, o mais emblemático desses locais situa-se a poucos quilómetros da cidade num campo onde, em 29 de Março de 1974, foi encontrado casualmente por uns camponeses, que pretendiam abrir um poço, um impressionante exército em terracota de 7000 soldados, archeiros e cavalos posto a descoberto pelas escavações iniciadas pouco tempo depois. As figuras, em tamanho real, feitas em barro amarelo a partir de um único molde, eram pintadas e armadas, exibindo feições individuais e indumentárias consoante a sua patente.

Em Julho de 1974 foi organizada uma equipa arqueológica e em Agosto de 1975 o Governo decidiu construir o Museu dos Guerreiros e Cavalos. Em Abril de 1979 estava terminada a grande nave que cobre a fossa nº1. Em Outubro desse mesmo ano o museu foi aberto ao público.

Em 2006, o número de visitantes atingiu 1 milhão, dos quais 20% estrangeiros.

Contrariamente o que poderá supor-se olhando para as fotografias dos guerreiros inteiros e alinhados, os arqueólogos encontraram, pelo contrário, um exército trucidado em bocados.

O Exército de Terracota é apenas parte de uma complexa necrópole. Pensa-se que a 1,6 km a o oeste das valas já descobertas, numa grande colina ainda por escavar, esteja o túmulo do imperador Qin Shi Huangdi, um tirano obcecado com a morte e o legado que deixaria. Não olhou a meios para preservar a sua memória, tendo recrutado 700 mil operários durante mais de 36 anos para construir o seu túmulo. (in Guia do American Express)

O Exército, voltado para Norte, de onde era suposto poder aparecer o inimigo, serviria para defender o imperador na eternidade.

Qin Shi Huangdi, que reunificou a China após ter derrotado os reinos em que ela se tinha dividido em 475 a.C, auto-proclamou-se em 221 a.C. como seu primeiro imperador e governou durante um período curto mas decisivo na história da nação... Foi também ele quem recrutou milhares de operários para erguer uma grande muralha no Norte do país - que mais tarde viria s ser conhecida como a Grande Muralha da China. Unificou o padrão monetário e os sistemas de pesos e medidas, lançando também os fundamentos de uma legislação comum.

O trabalho realizado pelos arqueólogos foi, e continua a ser, para além do mais, de sondagem, escavação e recomposição dos destroços encontrados.

À dinastia Qin (221-206 a.C.) sucedeu a dinastia Han (206 a.C.-220 d.C.). Da sua aversão aos vencidos resultou o incêndio do tecto de madeira que protegia o enorme conjunto, o desmantelamento do Exército de Terracota de Qin e o desapossamento das suas armas.