Monday, October 01, 2007




SETEMBRO 19

Datong é, certamente, uma das cidades mais poluídas da China, sobretudo em consequência da actividade de mineração de carvão à sua volta. Mas é também uma cidade onde as autoridades, à semelhança do que se observa em outras, pelo menos, nesta zona mais desenvolvida e mais turística do leste, estão a desenvolver um trabalho notável de limpesa e de ordenamento do território: não pinchagens, não há lixo no chão, não há plásticos lançados para a beira das estradas. Dir-se-á: Há muita gente a limpar. Eu penso que há pouca gente a sujar.

A caminho de Taiyuan passamos pelo templo suspenso de Xuangong Si (nas fotos acima). Sustentado por esguios pilares de madeira, o templo parece precariamente agarrado às paredes do desfiladeiro. Os Wei do Norte (386-581) foram os primeiros a construir neste espaço, apesar das cheias do rio Heng terem frequentemente destruído os edifícios. O templo actual data da dinastia Qing (1644-1911). Os cerca de 40 salões foram escavados nas grutas e cobertos com fachadas em madeira. Estão ligados por passagens e pontes, contendo estátuas em pedra, ferro e bronze de deuses budistas, confucionistas e tauistas. O Sanjiao Dian (Salão das Três Religiões) apresenta estátuas de Confúcio, Buda e Lao-Tsé sentados juntos. (in Guia do American Express).

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Também neste caso, apesar dos visíveis cuidados dedicados ao enquadramento do curioso templo, a massificação turística acabará, mais tarde ou mais cedo, por destruir esta relíquia do passado remoto. É evidente que as estruturas estarão a ser reparadas e substituídas à medida que o tempo e a carga turística as abalam. Um dia chegará, contudo, em que dessa manutenção intensa não restará senão a originalidade da ideia dos fundadores.
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Mas não será esse, afinal, o resultado da massificação em que embarcam todas as sociedades, hoje?

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