Thursday, February 10, 2011

SEGUNDO MATEUS

Abel Mateus, anterior presidente da Autoridade da Concorrência, em entrevista da Renascença* acusou o "Governo de nada fazer para promover a concorrência no sector dos combustíveis". “Não vi nenhuma medida estrutural e concreta para resolver a questão da concorrência” no sector energético, e em particular dos combustíveis, disse. E disse ainda:  “Não percebo o que são combustíveis low cost, sei é que havia grande concorrência dos postos dos hipermercados e, se calhar, é apenas uma tentativa de entrar nesse mercado. Se é possível baixar os preços, então baixe-se para todos”.
E mais: Na actual situação de crise, os cortes nos salários deviam ser acompanhados por uma descida dos preços dos bens que são sujeitos a regulação, como a energia, por exemplo. “Estarmos a cortar salários e não reduzimos os preços dos chamados bens não transaccionáveis, como a energia, as telecomunicações, do meu ponto de vista, está errado, estamos a dar um tiro no pé. É preciso acompanhar isso de uma redução de preços dos bens que são sujeitos a regulação”. E ainda: "a energia está mais cara e  Portugal continua a importar o mesmo.

É difícil discordar de Abel Mateus. Aqui mesmo neste caderno anotei alguns apontamentos no mesmo sentido. Continuo, no entanto, com algumas dúvidas acerca do que pode o Governo fazer no sentido de travar os preços que são ditados por um oligopólio internacional. Mateus também não disse. A separação da refinação da distribuição não me parece a medida suficiente para fomentar a concorrência. Só há um modo, creio eu, de suscitar a concorrência e reduzir os preços dos combustíveis: reduzir os consumos. E, neste campo, nem este nem nenhum governo anterior adoptaram as medidas necessárias para atingir esse objectivo.

Percebe-se mal, por outro lado, por que é que Mateus não denunciou a omissão que agora denuncia quando a sua palavra tinha o peso da presidência do órgão incumbido da tarefa.

Agora, Mateus faz lembrar o Juiz Moreno do TC que só explicou por que é que, em seu entender,  a grande maiora das parcerias público-privadas são um desastre financeiro quando passou à reforma.
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Com supervisores ou reguladores destes mais valia que acabassem  as supervisões. Pelo menos poupava-se nos custos de funcionamento de órgãos com deficiências de fabrico. E obrigar-nos-ia a estarmos mais atentos.
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* resumida aqui

3 comments:

António said...

""as telecomunicações, do meu ponto de vista, está errado, estamos a dar um tiro no pé. É..""

Era, era, mas não era no pé...
Mas pode ser que um belo dia se ajustem preços, contas e assim...

rui fonseca said...

"Era, era, mas não era no pé..."

Oh António, você alguma vez matou uma mosca?

António said...

Oh António, você alguma vez matou uma mosca?

Não preciso.
Basta-me dizer que as moscas são uma coisa má, para as pessoas irem a correr comprar Dum-Dum.
Fazem o serviço,por mim.