Monday, February 14, 2011

CONTINUAMOS A BEBER DEMAIS

Beber vinho dá de comer a um milhão de portugueses, afirmava o Estado Novo, e, por isso ou também por isso, o português tomou a recomendação a sério, e alegre e patrioticamente embedava-se. De tal modo que, ainda hoje, apesar da evolução observada sensívelmente descendente, menos vinho, mais cerveja e bebidas brancas, o consumo médio de alcool dos portugueses é elevado, situando-se acima da média observada na Europa.

Entre 2003 e 2005 o consumo médio em Portugal da população acima de 15 anos de idade situou-se ao equivalente a 14,6 litros de alcool puro contra 12,2 litros observados na Europa. Estes valores encontram-se no relatório da Organização Mundial de Saúde publicado recentemente e podem ser consultados aqui.

Ali se pode observar que, por exemplo, em Espanha o consumo médio, no período referido, foi de 11,6 litros, em França 13,7, na Alemanha 12,8, no Reino Unido 13,4, em Itália 10,7, na Grécia 10,8, na Finlândia 12,5, na Suécia 10,3, no Japão 8,0, nos EUA 9,4, na Irlanda 14,4, Rússi 15,7.

As consequências deste quase record não são recomendáveis. Encontram-se detalhadas no relatório da WHO e seria fastidioso resumi-las neste apontamento.

Um aspecto não salientado pela WHO  e que deveria merecer a atenção dos portugueses: Para além dos efeitos muito negativos sobre a saúde, o crescimento do consumo de bebidas brancas importadas contribui para o desequilíbrio da balança comercial do País. 
No estrangeiro os vinhos portugueses, com excepção do Vinho do Porto, são quase desconhecidos, contrariamente à significativa representação de vinhos espanhóis, italianos, franceses, chilenos, australianos, etc.
Bebemos demais, exportamos muito pouco.

Faz falta um slogan mobilizador: Beber menos, exportar mais, dá saúde e faz crescer!


4 comments:

António said...

Tal como o vinho a martelo ou o uisque de sacavém, os numeros estão falsificados.
Grande parte do consumo de bebidas espirituosas é feito por estrangeiros, durante o Verão, os jogos da bola internacionais e outras provas desportivas tal como o estoril open.
O meu caro acredita em tudo o que lhe põem à frente e não faz um esforçozito para filtrar esses numeros.
Pela conversa, parece que anda tudo a cair de bêbado.

rui fonseca said...

" os numeros estão falsificados."

Lamentavelmente, não estão.

Trata-se de um ranking onde detemos posição cimeira há muitos anos.

Quem sabe disso, sabe que assim é.

Já reparou, António, na oferta de bebidas importadas durante o Natal, por exemplo? São para estrangeiros no Verão?

Não são, não.

José Costa e Silva said...

Caro Rui Fonseca,

Concluo, apenas, que os russos são uns bêbados!

Mais a sério: As nossas produções são muito pequenas. Há muito pouco para exportar.

Tem de se promover os bons vinhos e subir-lhes o preço.

Há é muito caminho a fazer pelas cervejas. Olhe, ainda recentemente, na Suécia, estive num pub que tinha dezenas de marcas. Sabe quantas portuguesas? Isso mesmo. Nenhuma.

Mas também neste campo, cervejas, damos cabo da produção toda cá dentro. Já reparou que os únicos camiões que se vêem a fazer distribuição, todos os dias, a todas as horas, em qualquer ponto do país, são os da cerveja?

António said...

"Já reparou que os únicos camiões que se vêem a fazer distribuição, todos os dias, a todas as horas, em qualquer ponto do país, são os da cerveja?"

Ao menos fazem alguma coisa.

Caro Rui,
Qual é o seu problema?
A roubalheira de colarinho branco não o incomoda?
A corrupção na classe política também não?
Os pedófilos e a paneleiragem toda, masculina e feminina, mais o que gira à volta dessa podridão, também não?
O pessoal querer trabalhar e não ter onde, também não?
O comércio de bebidas, o décimo terceiro mês, sim incomoda-o mesmo.
Entre receber de oferta uma garrafa de uisque que custa 20 euros ou receber uma caneta de ouro que não se sabe quem ofereceu, qual é a diferença?
O sr. Sampaio terá ficado bêbado durante uma semana por ter recebido uma garrafa de uisque? Terá assinado muitos cheques (por trás)com a tal caneta de ouro?
Talvez o sr. Vara tenha tido uma indigestão por comer tanto robalo.E a vergonha que é ver políticos a faltar ao trabalho, a não fazer nada, mas a receber, também não?
E a roubalheira dos bancos?
Não sabe de nada?
A culpa de Portugal estar como está deve ser do pessoal que bebe uns copitos, come uns couratos e uns tremoços.
Já que não tem marisco, come caracóis.