Monday, May 21, 2007

TERRITÓRIO AMERICANO EM BAGHDAD

A Arte da Fuga parece admirar-se com a dimensão da embaixada que os norte-americanos estão a construir em Baghdad. Vindo de quem vem tal admiração poderá não constituir se não uma insinuação sarcástica. De qualquer modo, entendi comentar sem subentendidos.
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A mim não surpreende a dimensão do empenho dos EUA nesta presença em solo do golfo pérsico.

E não me surpreende agora esta notícia, como nunca me surpreendeu a intervenção militar norte-americana no Iraque.

Nunca comprei a justificação da intervenção norte-americana como uma acção de contra-ataque ao terrorismo islâmico na sequência do 9/11, como nunca aceitei que a ocupação tivesse como objectivo a instauração de um regime democrático ou a libertação do povo iraquiano das garras de Sadam Hussein.

Sempre defendi, nomeadamente nas palavras cruzadas que costumo preencher, que os EUA invadem o Iraque por uma razão primordial que decorre de uma estratégia fixada e aceite por todas as administrações norte-americanas antes de George W. Bush ter sido (mal) eleito pela primeira vez: a dependência dos EUA do petróleo que reside na área do golfo pérsico, e a determinação de que nenhuma intervenção estranha pode ser consentida em qualquer parte daquela área que ameace os interesses norte-americanos (doutrina Carter)

A dimensão da Embaixada norte-americana em Baghdad tem exactamente esse significado: os EUA estão prisioneiros da sua presença no golfo pérsico e só sairão de lá quando essa dependência se desvanecer. Até lá poderão ter de recuar, eventualmente, para os porta- aviões ao largo ou para países vizinhos, e na Embaixada até que alguém tenha a ousadia de a violar. Porque uma Embaixada é considerada território do país que representa. Um ataque à embaixada é um ataque ao país. Um ataque, a verificar-se, justificaria imediatamente um salto dos porta aviões para terra (pouco) firme.

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