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É muito pertinente a sua dúvida de hoje. Tão pertinente que se arrisca a ficar sem comentários que não sejam de concordância.
Mas, como lhe tinha prometido ontem, aproveito para voltar ao tema do sindicalismo e função pública.
Se bem se lembra, V. trouxe à baila a questão da eficiência privada versus eficiência pública. A questão tem barbas mas não há ninguém com bom senso que lhe vá dizer que tudo são rosas nas actividades privadas. Há muita incompetência, tanta que essa é uma das razões pelas quais nos encontramos tão mal posicionados em termos de criação de riqueza no contexto da União Europeia.
Por outro lado, temos de reconhecer que há sectores públicos que funcionam bem, admitamos que muito bem até.
Mas o problema que estávamos a discutir não era esse. O que discutíamos, se bem se lembra, era se faziam sentido os actuais sindicatos (pergunta sua, à qual respondi que sim, desde que o reinventassem).
Ora, V. dizia que o actual movimento sindical tendia a resumir-se, ironicamente, ao sindicatos dos polícias e dos juízes. E eu propus que acrescentasse à lista o resto dos sindicatos da função pública.
Porque é aqui que bate o ponto, por muito que lhe custe: Se uma empresa privada for suficientemente incompetente e deixar de ser competitiva, mais tarde ou mais cedo, fecha; se está no mercado global, e não consegue competir com chineses e outros trabalhadores mal pagos, está em maus lençóis. O que fazem os sindicatos nestes casos? Geralmente, à última hora, quando a deslocalização é anunciada, aparecem para marcarem presença e chamarem beduínos aos patrões. Se estes sindicatos não reinventarem o seu papel um dia destes extinguem-se por falta de sentido.
Entretanto, o que é que se passa nos sindicatos da função pública? Enquanto tiverem possibilidade de espremer, espremem. Nisto, não se distinguem do Alberto João Jardim, perdoe-me a comparação (e a provocação). E por quê? Porque a entidade patronal depende dos votos e os funcionários públicos são muitos. Conhece alguma empresa privada em que aconteça algo de semelhante?
De tudo isto concluo, mas V. ajuizará, que os sindicatos da função pública vão chegar muito mais tarde à reinvenção do seu papel do que aqueles que representam os trabalhadores privados.
O que não quer dizer que não venham a ser obrigados a fazê-lo. Porque nada é inesgotável e os recursos colocados à disposição do Estado também não.
Quer queiram quer não, os sindicatos da função pública um dia chegarão à conclusão que a defesa dos interesses dos trabalhadores passa necessariamente por defender a competência e a dedicação e abandonar a defesa intransigente dos interesses instalados.
Mas, como lhe tinha prometido ontem, aproveito para voltar ao tema do sindicalismo e função pública.
Se bem se lembra, V. trouxe à baila a questão da eficiência privada versus eficiência pública. A questão tem barbas mas não há ninguém com bom senso que lhe vá dizer que tudo são rosas nas actividades privadas. Há muita incompetência, tanta que essa é uma das razões pelas quais nos encontramos tão mal posicionados em termos de criação de riqueza no contexto da União Europeia.
Por outro lado, temos de reconhecer que há sectores públicos que funcionam bem, admitamos que muito bem até.
Mas o problema que estávamos a discutir não era esse. O que discutíamos, se bem se lembra, era se faziam sentido os actuais sindicatos (pergunta sua, à qual respondi que sim, desde que o reinventassem).
Ora, V. dizia que o actual movimento sindical tendia a resumir-se, ironicamente, ao sindicatos dos polícias e dos juízes. E eu propus que acrescentasse à lista o resto dos sindicatos da função pública.
Porque é aqui que bate o ponto, por muito que lhe custe: Se uma empresa privada for suficientemente incompetente e deixar de ser competitiva, mais tarde ou mais cedo, fecha; se está no mercado global, e não consegue competir com chineses e outros trabalhadores mal pagos, está em maus lençóis. O que fazem os sindicatos nestes casos? Geralmente, à última hora, quando a deslocalização é anunciada, aparecem para marcarem presença e chamarem beduínos aos patrões. Se estes sindicatos não reinventarem o seu papel um dia destes extinguem-se por falta de sentido.
Entretanto, o que é que se passa nos sindicatos da função pública? Enquanto tiverem possibilidade de espremer, espremem. Nisto, não se distinguem do Alberto João Jardim, perdoe-me a comparação (e a provocação). E por quê? Porque a entidade patronal depende dos votos e os funcionários públicos são muitos. Conhece alguma empresa privada em que aconteça algo de semelhante?
De tudo isto concluo, mas V. ajuizará, que os sindicatos da função pública vão chegar muito mais tarde à reinvenção do seu papel do que aqueles que representam os trabalhadores privados.
O que não quer dizer que não venham a ser obrigados a fazê-lo. Porque nada é inesgotável e os recursos colocados à disposição do Estado também não.
Quer queiram quer não, os sindicatos da função pública um dia chegarão à conclusão que a defesa dos interesses dos trabalhadores passa necessariamente por defender a competência e a dedicação e abandonar a defesa intransigente dos interesses instalados.
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