Os portugueses estão bem acima da média europeia quanto à posse de carros. Só os luxemburgueses e italianos nos superam. Mas são sobretudo os jovens dos 25 aos 34 anos, segundo um estudo da Marktest, quem mais utiliza o automóvel diàriamente. Em Portugal, quanto menor é a idade menos se dispensa o automóvel. Á medida que a idade avança, a tendência é contrária (vid. Público de 9/5/2007). Na faixa etária dos 25 aos 34 anos, 68,7% recorre ao automóvel nas suas deslocações diárias; aqueles com idades entre 35 e 44 anos, utilizam-no ainda em 62,9%; entre os 45 e os 54 anos, 51,2%; entre os 55 e os 64 anos, 35,9%. Acima dos 65 anos, apenas 15,9% usa automóvel. A classe alta é a mais carro-dependente: 67,6%; a classe média atinge, mesmo queixando-se do custo do carro e dos combustíveis, 56,1%; a classe baixa fica-se pelos 24%. Os homens (57,2%) são muito mais carro-dependentes que as mulheres (37,6%). Os empregados nos serviços (66,5%) e os trabalhadores qualificados (61,3%) distanciam-se, naturalmente, dos trabalhadores não qualificados, que, mesmo assim, chegam aos 46,1%, acima dos estudantes com 41,9%.
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O parque automóvel seguro atingiu em 2006 mais de 5,8 milhões de viaturas.
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Se o posicionamento de Portugal (3º. lugar) no ranking europeu de viaturas/mil habitantes apresenta uma correlação inversa do PIB/capita, a preponderância dos mais jovens na utilização de viatura própria nas suas deslocações diárias confirma aquela inversão, inesperada a duas velocidades: o desemprego é mais elevado entre os jovens, e muito particularmente entre os jovens licenciados; a atitude ecológica, que é suposto residir entre os mais jovens, não se confirma quando a opção é ir de automóvel ou de autocarro.
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Ainda que nos pareça elevada a percentagem calculada para os estudantes (41,9%) ela confirma aquilo que há muito se sabe: muitos estudantes que protestam, geralmente de forma alarve, contra as propinas, deslocam-se de pópó para a faculdade.
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