José Manuel Fernandes e Vital Moreira envolveram-se ontem numa discussão quilométrica hasteando o "Guia Michelin". Para JMF, o Poceirão e as Faias, a Sul do Tejo, ficam mais próximos de Lisboa, para Vital Moreira, a Ota é o local mais conveniente para quem vive em Lisboa e arredores a norte do Tejo. E, ponto importante para Vital Moreira, a travessia da ponte oneraria o acesso e seria um maná para a Lusoponte.
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São estes e outros argumentos, chutados para o ar por quem perceberá muito de muitas coisas mas certamente pouco percebe de aeroportos, que lançam mais confusão em cima da confusão reinante. O ministro falou do deserto (em sentido metafórico, para enfatizar, disse ele mais tarde), Almeida Santos lembrou-se das bombas sobre a ponte, José Manuel Fernandes e Vital Moreira decidiram contar os quilómetros.
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São estes e outros argumentos com falta de calibre que incutem na opinião pública a convicção que, afinal de contas, a decisão quanto à localização do aeroporto, quiçá até quanto às suas características, se avalia por palpites ou com o conta quilómetros e a última edição do Guia Michelin. E que, se a Lusoponte beneficiar com a localização a Sul ( ou a Brisa) não há possilidade, por parte do Estado, de renegociar o contrato com a concessionária das pontes que atravessam o Tejo em Lisboa; ou que não é possível fixar tributação específica para as mais-valias que o aeroporto mais gerar na sua vizinhança, qualquer que venha a ser a sua a localização .
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Artistas, ao que parece, somos todos. Em aeroportos, se nem todos somos peritos, parece.
1 comment:
E contudo basta ler os estudos da ANA de 1994 e dos AdP de 1999 para perceber que a Ota nunca é escolhida.
Não deveríamos todos prestar mais atenção ao sargumentos técnicos?
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