Concordam, e regozijam-se com a coincidência da concordância, o incumbente e o candidato a primeiro-ministro que, por serem inconciliáveis os seus programas, não existem condições para acordos entre eles que permitam que haja um governo suportado por uma maioria parlamentar dentro de seis meses se das eleições de Outubro não resultar uma maioria absoluta.
Percebem-se as declarações dos protagonistas: Se ambos pretendem convencer o eleitorado que conseguem atingir a maioria absoluta, é muito natural que recusem aceitar uma hipótese diferente antes de serem conhecidos os resultados das eleições. E depois?
Depois, afirmou o PR que não dará posse a um governo não suportado maioritariamente na AR. O que se compreende. Se das eleições não resultar uma maioria absoluta e o PR for, em última instância, coagido a dar posse a um governo minoritário fica muito claro que a responsabilidade pelas consequências dessa coacção deve ser atribuida aos partidos porque o PR, ainda que eleito por sufrágio directo é, constitucionalmente, obrigado a homologar uma situação de que discorda.
Pretende, então o eventual partido vencedor por maioria relativa enredar-se numa situação que, considerando as circunstâncias, dificilmente poderá permitir-lhe um governo bem sucedido? Parece que não. Parece que o objectivo é outro: governar até ser desautorizado na AR, e ganhar as eleições antecipadas dessa vez com maioria absoluta replicando a estratégia de Cavaco Silva em 1985.
Se a história se repetir, o que nem sempre acontece. E agora os tempos são outros.
Entretanto, o País deve ter atingido um ano de campanhas eleitorais em série. Uma delícia para os media, agências de publicidade e ofícios correlativos. E o País aguenta?
Que remédio, coitado?!
Monday, May 18, 2015
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