Monday, November 05, 2007

ACERCA DA INEVITABILIDADE DOS TACHOS


Ron Mueck

J. diz-se funcionário público no Ministério das Finanças. Vezes sem conta tem o virtual amigo J. denunciado situações criticáveis que observa à sua volta e que, em última instância, têm o maior impacto nos nossos bolsos porque a falta de responsabilização na administração pública somos nós, os contribuintes, que a pagamos em facturas de má qualidade dos serviços ou de custos excessivos.
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Hoje, J. aborda a questão das nomeações políticas de directores-gerais e outros lugares de topo que, por frequentemente elegerem como factor de preferência o compadrio, infectam irremediavelmente a administração pública.
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(...) concordo com o seu diagnóstico, não vou fazer coro consigo mas perguntar-lhe o que lhe parece que deve ser feito para alterar este estado de coisas.
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Dos partidos políticos não podemos esperar grande coisa, porque da esquerda à direita e vice-versa não dispensam nenhuma possibilidade de arranjar lugares para amigos e cooperantes.E eu, que conheço alguns, sei que haverá certamente muito melhores profissionais na administração pública que foram preteridos.
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Dos sindicatos poder-se-ia esperar um reacção justa: afinal a entrada por cima é um tampão à evolução das carreiras dos funcionários do Estado. Na Direcção-Geral dos Impostos a nomeação de profissionais alheios à DGI tem sido a norma. Mas ninguém ouve os sindicatos a bater-se por esta dama. (...).

Exceptua-se, em certa medida, o Ministério da Justiça, onde ainda ninguém se lembrou de colocar no Supremo o José Miguel Júdice, por exemplo.
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A verdade é que ninguém ouve a função pública em geral a queixar-se da invasão que v. refere, e que é real. Se a função pública não se queixa nem protesta quem é que vai assumir-lhe as dores?
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Ninguém.

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