Friday, November 30, 2007

SEGUNDO A FENPROF - 2

Ferreira de Almeida , a propósito da greve da função pública que hoje, sexta-feira, ocorreu em Portugal, interroga-se em Quarta República : "Faz sentido o Governo ser contestado na rua, a sua acção desencadear greves, mobilizações e manifestações, algumas ruidosas, e no entanto subir nas sondagens? " . E responde-se :"Faltando alternativas inteligentes e credíveis que definitivamente assentem na ideia de que só se distribui o que se tem e que por isso é essencial criar riqueza, o Povo sensato pensa que para pior já basta assim...
A crise é, por isso, acima de tudo, uma crise de esperança.Profunda, muito profunda...".
.
Que existe uma crise de esperança (numa alternativa credível), é uma conclusão que, suponho, poucos quererão contestar.
.
Mas há também, presumo eu, uma razão mais imediata: As pessoas, em geral, deram-se conta que as greves (mesmo as alcunhadas gerais) são sempre promovidas pela CGTP e restringem-se quase à função pública. Por outro lado, já interiorizaram uma conclusão óbvia: Os grevistas, isto é, parte da função pública, pertencem a um grupo de pessoas com as melhores condições laborais em Portugal. Finalmente, os funcionários públicos são cerca de 700 mil mas os trabalhadores portugueses do sector privado, independentes e por conta própria serão seis vezes mais. O número de contribuintes excede também em muito o número de funcionários públicos. Estando o governo (este e qualquer outro) condicionado pelas restrições orçamentais, e não podendo despedir excedentários, as reivindicações dos grevistas, para além de excederem aquilo que é alcançável pela grande maioria dos contribuintes, não são comportáveis pelas possibilidades orçamentais.
.
Penso que a generalidade das pessoas já percebeu isto. E também penso que uma alternativa credível não pode deixar de ter isto em conta.

No comments: