A antiglobalização é, também ela, uma forma de globalização. Não fosse o mundo actual tão global e os livros de Naomi Klein não teriam o êxito global que têm.
Depois do sucesso estrondoso que o seu No Logo atingiu por toda a parte, Naomi Klein volta a atacar aquilo que ela supõe serem os alicerces da globalização: o liberalismo económico desenfreado. A intervenção norte-americana no Iraque e a subsequente reconstrução aproveita sobretudo, segundo Naomi Klein, os mesmos interesses que na Luisiana reconstroem as zonas devastadas pelo Katrina, expulsando da zona os mais fracos para dar entrada aos afortunados.
"Somente as crises, reais ou pressentidas, produzem mudanças reais", disse Milton Friedman no princípio dos anos 60. Naomi Klein toma à letra as palavras do economista liberal e aponta nela a receita sinistra que o mundo capitalista aviou. O neo-capitalismo está a conduzir o mundo para uma catástrofe: não só as fortunas de uns são feitas à custa das desgraças dos outros como o domínio global do livre capitalismo é construido à custa dos desastres que afligem os mais desafortunados. E se as calamidades naturais não são suficientes para as crises necessárias à ganância do capitalismo neo liberal o capitalismo provocará outras, não naturais.
.
Duvido que milhões de chineses, indianos, cambodjanos e muitos outros, sejam da mesma opinião.
.
A cada qual a sua verdade e, naturalmente, os seus exageros. Boas vendas, Naomi!
No comments:
Post a Comment