É raro o dia em que o noticiário da manhã não nos dê conta de mais uma bronca local. Hoje, ficámos a saber que o presidente de uma empresa municipal com atribuições de reabilitação urbana em Lisboa viu o seu gabinete invadido por uma equipa da Judiciária que tomou conta de documentos e levou o risco rígido do computador. A mesma notícia acrescentava que as administrações de todas as empresas municipais da edilidade lisboeta vão ser substituídas brevemente.
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O homem da rua ouve estas notícias e interroga-se: Quanto é que roubaram estes fulanos? Ninguém sabe. Nem vai saber. Nem sequer vai saber se roubaram ou deixaram de roubar. Dentro de dias já ninguém se recorda do assunto, outras broncas desovarão com a habitual regularidade.
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E o homem da rua interroga-se: Já alguém foi preso? Não há notícias de alguém ter sido preso. Não há sequer notícias dos resultados dos inquéritos que, normalmente são mandados abrir com o desovar das broncas.
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E o homem da rua interroga-se mais uma vez: Não acontece nada? Não há notícias de acontecer seja o que for. As indemnizações por antecipação de mandatos são pagas silenciosamente.
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As dívidas da câmara excedem o dobro das receitas anuais da edilidade. Mas não acontece nada.
Alguém terá de as pagar. Mas quem? Talvez os turcos.
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