Sunday, November 04, 2007

O ELOGIO DO CARTÃO CANELADO




Robert Rauschenberg, 82 anos, deslocou-se da Florida ao Porto em jacto alugado por 200 mil dólares, para assistir à inauguração da exposição de trabalhos seus da década de 70, em Serralves. Veio acompanhado do companheiro, Darryl Pottorf, artista, do filho Christopher, fotógrafo, de um sobrinho e de um sobrinho-neto, de Mirta d´Argenzio, historiadora, de vários assistentes pessoais, do dono de uma impostante firma de gravuras, de uma galerista de Houston, e de duas enfermeiras. Algumas destas pessoas traziam cônjuge. Uma embaixada à moda antiga.
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Entrevistado para o suplemento "Actual" do "Expresso", à pergunta "O que pensa da arte hoje em dia?" respondeu:
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"Aquilo de que mais sinto a falta é a forte consciência política que havia nos anos 60, 70 e mesmo 80. Agora noto uma indulgência excessiva em relação ao dinheiro. Dantes não se conseguia ter acesso a arte abstracta americana. podia-se ver Picasso, Matisse, Leger, Gris, mas não havia quatro galerias em Nova Iorque que mostrassem arte americana. Os artistas que havia, vinham da Europa; Kooning, po exemplo. Muita coisa mudou. O valor monetário, que se baseia na popularidade, transformou tudo num concurso de beleza. Nesse negócio, não existe lugar para a consciência."
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Resposta (quase) abstracta.

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