Friday, November 09, 2007

E A ECONOMIA, ESTUPIDO!

(por falta de stock agradeco perdoem a falta de acentos e cedilhas; serao colocados logo que chegue o proximo desembarque)
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"prometer um determinado nível de crescimento é um perfeito absurdo", afirma Miguel Frasquilho no Quarta Republica, hoje.
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Faco copypaste da sua afirmacao porque discordo dela.
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Neste seu post observa-se, para alem da classica diferenca de perspectivas do governo, que considera a garrafa meio cheia, e da oposicao, que a considera meio vazia, a uma ideia, muito generalizada, alias, de que e condenavel, por ser demagogico,um governo prometer o que podera nao cumprir.
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Os casos mais salientes sao os objectivos de crescimento economico e de emprego (os mirificos 155 mil empregos durante a legislatura).
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E frequente ouvir-se que nao tem o governo (nem este nem nenhum) capacidade para intervir decisivamente no crescimento economico e no emprego, objectivos que so podem realizar-se no ambito exclusivo das decisoes tomadas no sector privado, ao mesmo tempo que se invectiva o governo (este e todos os outros) pelo facto de a economia nao despertar e o desemprego crescer, absolvendo os privados.
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A proposta de objectivos em termos de crescimento economico e de emprego nao so e desejavel como imperativa, sendo impensavel que um qualquer partido candidato a governar nao concretize as suas ambicoes acerca da materia. Seria impensavel que um programa de governo se limitasse a enunciar que a economia iria crescer e o desemprego decrescer, sem dizer quanto, partindo do principio que nenhum seria suficientemente temerario para apontar o caminho da descida para a economia e da subida para o desemprego.
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Se os objectivos propostos sao inverosimeis ou se as realizacoes ficam aquem do programa apresentdo, compete as oposicoes denunciar a falta de fundamentos dos primeiros e a falha nos atingimentos das segundas.
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Mesmo numa perspectiva liberal maxima que advoga a reducao do Estado ao perimetro minimo, onde o Estado tem pouco mais funcoes que nos guardar as costas, mesmo neste caso alguma influencia tera o governo desse Estado no crescimento e no emprego. O crescimento espectacular da Irlanda nao pode ser creditado apenas a uma extraordinaria conjugacao astral.
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Poder-se-a dizer que, por exemplo, a sorte da economia portuguesa, hoje, depende muito mais do que acontece na China do que de alguma improvavel opcao acertada do nosso Ministerio da Economia. Em todo o caso, nao se resumindo o nosso Estado a funcao de nosso guarda costas nem o governo as impotencias do Ministerio da Economia, a actuacao do governo tera sempre uma influencia decisiva na sorte do barco em que navegamos juntos, mesmo tendo em conta que a mare e comandada pelos mundos a volta e, desta vez, pelo chines em particular.
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Parece, portanto, hoje, menos excessiva a promessa do governo em atingir os 155 mil empregos no espaco da legislatura e um crescimento de 3 por cento em 2009 do que afirmar-se que o governo nao tem, a nao ser por razoes politico-demagogicas, nenhuma capacidade para quantificar objectivos, sejam eles quais forem, se os mesmos nao dependerem exclusivamente da sua directa intervencao.
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Ja me parecem totalmente pertinentes e necessarias as criticas as politicas governamentais que possam ter comprometido a realizacao dos objectivos a que o mesmo se propos, sendo estes aplaudiveis. Ja me parecem pertinentes e necessarias popostas alternativas: a reducao da carga fiscal, por exemplo, desde que contemplem as contrapartidas.
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Porque se assim nao for faltarao sempre pecas e o puzzle nao fechara.

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