A Guerra do Petróleo, como todas as outras que movem os seres vivos uns contra os outros, é uma guerra pela posse de recursos. O que torna a Guerra do Petróleo diferente de todas as outras é a dependência de quase toda a Humanidade (as excepções serão as sociedades mais primárias) de recursos que têm os dias contados e se encontram muito concentrados em alguns locais do globo. É na maior parte desses locais que se desenrolam as batalhas ou impendem as ameaças de guerra. A guerra do Iraque não é senão uma dessas frente de batalha, a mais mediática no momento, e, como em todas as outras guerras, as suas motivações últimas (assegurar o controlo dos poços de petróleo) não são as anunciadas (a democracia, neste caso).
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Para além da especificidade dos recursos petrolíferos que estão na origem desta guerra mundial, por agora com frentes localizadas, (indispensabilidade absoluta, finitude anunciada, concentração das fontes) o facto de as transacções internacionais serem denominadas em dólares coloca algumas questões que tomam mais acuidade quando as cotações já rondam os 100 dólares/barril e o valor do dólar entrou em perigosa derrapagem.
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Enquanto nos EUA muitos vêm na guerra do Iraque um atoleiro onde, desastradamente, George W. Bush os meteu e alguns, como Thomas L. Friedman clamam que, além do mais, o crescimento dos preços redunda em crescentes vantagens para alguns inimigos dos EUA , ao apoderarem-se de um imenso mar de dólares, os donos do petróleo começam a fazer contas acerca das desvantagens de trocar o ouro negro pelas notas verdes.
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Ontem, soube-se que os membros da OPEC decidiram mandatar uma comissão para o estudo do impacto do dólar no crescimento dos preços do crude. (vid. post abaixo "O DÓLAR E A GUERRA DO PETRÓLEO).
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É por demais evidente que aos promotores deste estudo, com destaque para Chávez, não preocupam as eventuais dificuldades que o crescimento dos preços possa vir a colocar às economias dos países compradores mas o valor progressivamente decrescente dos seus recebimentos em dólares.
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(Continua)
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