Preparando o almoço em Pingyao
.
Ensina a filosofia popular que não cabem dois proveitos num só saco. A globalização demonstra isso mesmo: poder comprar mil e uma coisas made-in-China por dez reis de mel coado em qualquer shopping europeu ou norte-americano e ao mesmo tempo pretender que se mantenham os postos de trabalho que na Europa ou nos EUA concorrem com os produtores asiáticos não é possível e toda a gente percebe que não é.
.
Toda a gente? Nem toda. Provavelmente mesmo só uma pequena maioria alcança com suficiente entendimento a evolução que a globalização já hoje impõe e ninguém será capaz de prever com razoável aproximação quais serão as consequências, positivas e negativas, que a continuação da liberalização do comércio internacional determinará. Em todo o caso, nada parece poder contrariar a tese há muito tida por adquirida de que o balanço da liberalização é sempre positivo e uma das alavancas fundamentais do desenvolvimento económico e social em todo o mundo.
.
Já não é adquirido que a globalização não possa observar um retrocesso. A inquietação que os seus efeitos negativos possam produzir nos países mais desenvolvidos nos seus sectores perdedores poderá forçar a travagem e mesmo a inversão parcelar do processo.
.
Se for esse o caso, a guerra comercial não se extiniguirá, simplesmente continuará por outras vias. Muito provavelmente mais perigosas para todos.
No comments:
Post a Comment