Tavares Moreira volta a abordar no Quarta República a muito provável engenharia orçamental de varrer o défice das Estradas de Portugal para bem longe de qualquer controlo da Assembleia da República e das entidades de supervisão europeias.
.
Partindo do princípio que o Ministro faltou à verdade, ou não a disse toda, quando afiançou que o défice, se vier a existir, das Estradas de Portugal consolidará com as contas do Estado e está, portanto, contemplado no orçamento para 2008, Tavares Moreira tem sobejas razões para denunciar a marosca, designação dada por Francisco Louçã visando, certamente, outras facetas do engenho governamental.
.
Mas se o Ministro aguarda dos órgãos europeus luz verde para avançar no estabelecimento da empresa Estradas de Portugal sem que, a partir daí, nenhuma consolidação dos seus eventuais défices seja exigida, o Governo de Porugal terá descoberto como vencer o défice à moda de Pirro: deixaremos de ter défices orçamentais mas não deixaremos de ter aumentos da dívida pública.
.
Porque nunca as manobras contabilísticas resolveram os problemas financeiros. Simplesmente iludem-nos, transitoriamente.
No comments:
Post a Comment