A Guerra do Petróleo só terminará quando terminar o objecto que a move. Enquanto a dependência mundial do petróleo se mantiver a guerra continuará e aumentará. Até onde, ninguém sabe, mas espera-se que algum motivo dissuasor contenha o recurso às armas de destruição maciça que, por não existirem no Iraque à data da invasão norte-americana, obviamente nada garante que não possam vir a ser despoletadas no futuro em alguma outra parte do globo.
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O dólar, apesar do papel relevante que assume na estratégia desta guerra, que começou há muito e que não terminará antes do petróleo deixar de ser imprescindível à sobrevivência das sociedades em geral e, sobretudo, das mais desenvolvidas, poderá vir a ser substituido por outra moeda de transacção, ou por um cabaz delas, sem que daí resulte uma alteração substantiva dos factores críticos que movem esta guerra.
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Os preços dos produtos petrolíferos continuarão a depender, fundamentalmente, da relação oferta/procura a nível mundial, e o que sabemos hoje é que esta relação tende a decrescer continuamente com a redução progressiva da oferta e o aumento, por enquanto, imparável da procura.
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As transacções em dólares provocam, naturalmente, o crescimento do aumento da massa monetária em circulação mas é o défice comercial dos EUA, que não tem origem apenas na sua dependência petrolífera, que provoca a quebra do valor da moeda norte-americana. A esta quebra respondem os fornecedores aumentando os preços para assegurar os seus rendimentos em termos reais. Mas esses aumentos só são sustentáveis porque as relações prevalecentes no mercado favorecem os produtores/vendedores.
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Quanto às frequentemente referidas vantagens para a economia-norte americana da denominação das transacções do petróleo em dólares, elas poderão tornar-se numa ameaça que poderá ser incontornável e despoletar uma crise económica mundial se a moeda norte-americana perder o pé no mar dos petrodólares (e de todos os os outros biliões de dólares detidos pelos chineses, principalmente). A adopção de um cabaz de divisas como unidade de transacção poderá ajudar a reduzir esse risco. Mas é bem provável que alguns dos principais intervenientes, com destaque para a Arábia Saudita, não queiram ir por aí.
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