Monday, April 13, 2009

PÁSCOA


Que significado tem a Páscoa, hoje, para a generalidade dos portugueses?
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Dá-se um pulo ao Portugal interior e não se alcançam vestígios dos sinais das festas que celebravam a ressurreição divina e da natureza. Tudo ainda mais fechado e vazio que em dias não santificados. Por entre vilas em ruínas e algumas recuperadas mas semi abandonadas, deambulam turistas de ocasião, espanhóis em grande parte, à procura de ambientes passados que o tempo esfumou. Agora, ali só sobram as pedras, geralmente arrumadas com algum preceito, a quase totalidade das almas que as habitaram há muito que voaram de lá.
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O IPPAR, dizem-nos, apoia apenas a reconstrução das fachadas. Sem gente que as habitem nem actividades que as animem, estes pequenos museus de fachadas reconstruídas e interiores ôcos, estarão outra vez arruinados em meia dúzia de anos.
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Nas vilas ainda vivas, o mesmo silêncio de ausência de fé. Aqui e ali, um grupo ou outro de velhotes que se aquecem ao Sol. Está tudo encerrado, desde os restaurantes até às igrejas e os locais de interesse histórico. Perguntamos porquê, ora porquê, respondem os velhotes que se aquecem, porque é Páscoa, o senhor não sabe que estamos na Páscoa?
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Estamos, estamos, mas não parece.
Pois não, mas estamos. A Páscoa agora é assim: apenas mais um fim-de-semana prolongado.

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