O bastonário da Ordem dos Economistas, comentando a situação de austeridade, afirmou que os portugueses são os "culpados" porque aceitaram viver durante os últimos anos numa "sociedade assente nos princípios de pouca riqueza criada e muito financiamento alheio". (aqui).
Este, ouviu (João Salgueiro) e repetiu.
Mas quantos portugueses sabiam os níveis que tinham sido atingidos pelo endividamento externo?
Aqueles que deveriam saber, bancos, Associação Poruguesa de Bancos, Banco de Portugal, etc., o que fizeram? Fecharam-se em copas e deixaram correr os negócios.
Mais: a banca pagou a Scolari, Figo, Cartarina Furtado, entre outros, para empanturrarem de dívidas o povo desprevenido.
Hoje pagam a Cristiano Ronaldo e José Mourinho não se sabe para quê.
Mais: Vítor Constâncio, na altura governador do Banco de Portugal, desvalorizou o crescimento da dívida externa, convencido que a presença na plataforma de uma moeda comum afastava o risco da perda de credibilidade nos mercados financeiros. Enganou-se, como outros, redondamente. Foi promovido a vice-presidente do BCE!
Deveriam os portugueses em geral terem-se contido nos limites das suas capacidades de endividamento? Certamente que sim. Mas alguém os avisou de que o crédito barato e abundante não procedia de uma fonte inesgotável? Ninguém. Antes, pelo contrário, foram, e continuam a ser, metralhados com publicidade de consumos, geralmente supérfluos, a que ninguém põe freio.
No meio do desaire há alguma lei, há algum aviso, há alguma recomendação pública que impeça ou modere esta promoção consumista que continua a tentar os portugueses?
Senhor bastonário, não há.
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