Os EUA aprovaram o fornecimento de 400 tanques M1A1 Abrams à Grécia, segundo informação publicada no dia 3 deste mês no "Defence Greece" que cita a revista "Hellenic Defence & Technology".
(vd aqui ). O fornecimento custará aos gregos dezenas de milhões de dólares, se implicar apenas a remodelação dos tanques (refurbishment, no texto original, levanta dúvidas se os tanques não são unidades usadas) ou um valor muito mais elevado se envolver equipamento que lhes permita maior capacidade operacional.
Por outro lado, segundo notícia do "Spiegelonline" de 17 deste mês, os alemães estarão irritados com o negócio da venda de duas ou quatro fragatas à marinha grega pelos franceses. (vd aqui ). O negócio vale 300 milhões de euros por cada unidade e será pago nos próximos 5 anos.
A Grécia, como ano anotei aqui há quase um ano tinha (e tudo leva a crer que continua a ter) o maior número de militares da NATO por milhar de habitantes (11,8), fazendo parte de uma short list de países com mais militares por mil habitantes: Portugal (3,6), Noruega (4,0), Grécia (11,8), França (3,7), Turquia (6,8), EUA (4,4).
No dia em, que, provavelmente, vai ser anunciado um perdão da dívida grega entre 50 a 60%, só se percebem estes, e outros, negócios à luz da força dos interesses dos lobbies do armamento militar e da indiscutível necessidade estratégica da NATO em manter a Grécia como membro. Mitterrand quando apadrinhou a entrada dos gregos na CEE em 1981 obrigando os parceiros a fechar os olhos à insuficiência de requisitos teve, certamente, sobretudo em conta a situação geoestratégica da Grécia no contexto de uma zona da Europa historicamente turbulenta.
Subjacente ao Tratado de Roma de 1957 ( França, Itália,Alemanha Ocidental (na altura, apenas a República Federal Alemã, e não a República Democrática Alemã) e os três países do Benelux - Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo) estava um desígnio que transcendia o âmbito do título da organização criada pelo tratado: a prevenção de um novo conflito na Europa.
Os mais recentes desenvolvimentos da crise que abala dramaticamente a Europa não auguram nada que se conforme com o desígnio inicial da Comunidade Europeia. Talvez a crise financeira seja ultrapassada, com mais perdão, menos perdão, mas parece seriamente abalada a confiança entre os europeus.
Para que lado se voltarão os canhões dos tanques e das fragatas gregas se a União Europeia continuar a ser um grupo sem liderança democraticamente eleita e, naturalmente, se desagregar?
No dia em, que, provavelmente, vai ser anunciado um perdão da dívida grega entre 50 a 60%, só se percebem estes, e outros, negócios à luz da força dos interesses dos lobbies do armamento militar e da indiscutível necessidade estratégica da NATO em manter a Grécia como membro. Mitterrand quando apadrinhou a entrada dos gregos na CEE em 1981 obrigando os parceiros a fechar os olhos à insuficiência de requisitos teve, certamente, sobretudo em conta a situação geoestratégica da Grécia no contexto de uma zona da Europa historicamente turbulenta.
Subjacente ao Tratado de Roma de 1957 ( França, Itália,Alemanha Ocidental (na altura, apenas a República Federal Alemã, e não a República Democrática Alemã) e os três países do Benelux - Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo) estava um desígnio que transcendia o âmbito do título da organização criada pelo tratado: a prevenção de um novo conflito na Europa.
Os mais recentes desenvolvimentos da crise que abala dramaticamente a Europa não auguram nada que se conforme com o desígnio inicial da Comunidade Europeia. Talvez a crise financeira seja ultrapassada, com mais perdão, menos perdão, mas parece seriamente abalada a confiança entre os europeus.
Para que lado se voltarão os canhões dos tanques e das fragatas gregas se a União Europeia continuar a ser um grupo sem liderança democraticamente eleita e, naturalmente, se desagregar?
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