O foguetório ouviu-se em quase toda a parte.
Aqui, estralejaram assim: "Num ano em que o cenário macroeconómico continuou a fazer-se de
incertezas e desafios, os seis maiores bancos a operar em Portugal
conseguiram manter-se resilientes e alcançar resultados históricos.
Impulsionados pelas altas taxas de juro, o BPI, Caixa Geral de Depósitos
(CGD), Millennium BCP, Montepio, Novobanco e Santander reportaram, em
conjunto, lucros de 4,33 mil milhões de euros em 2023, o que representa
uma melhoria de quase 69%(1,76 mil milhões) face aos 2,57 mil milhões de
euros registados no ano anterior. Contas feitas, foram 11,88 milhões de
euros por dia."
Observo o espectáculo e recordo-me do ano de um foguetório também deslumbrante. Há dezoito anos, em 2006. Registei aqui - HÁ ALGO ESTRANHO NA TETA DA VACA.
No fim comentei :
"Uma questão, mesquinha, sobra de tudo isto: Como é que pode, e até quando, uma vaca escanzelada desfazer-se em tanto leite?"
Pouco tempo depois acontecia o fim da festa: "Quando
os juros dispararam nos Estados Unidos - com a consequente queda do
preço dos imóveis - houve insolvências em massa. A queda nos preços de
imóveis, a partir de 2006, arrastou vários bancos para uma situação de
insolvência, repercutindo fortemente sobre as bolsas de valores de todo o
mundo."
Sentiram-se depois, também aqui, os foguetes a rebentar os bolsos dos contribuintes.
"Começou a um domingo de finados, 2 de novembro de 2008, que o governo do primeiro-ministro José Sócrates e
do ministro das Finanças Fernando Teixeira dos Santos anunciou a
nacionalização do BPN, Banco Português de Negócios."
E não parou. O material explosivo tem tendência para rebentar todo o paiol.
Só foi extinto, mas ainda fumega, com a entrada da troica e setenta e oito mil milhões de euros, e medidas restritivas a quase todos os que não tinham participado na festa.
Em Setembro de 2011, a banca nacional já tinha perdido 46% do seu valor em bolsa.
Acabaria por desaparecer do local. HAVIA ALGO ESTRANHO NA TETA DA VACA,
Só ficaria o BCP
Em Julho de 2016 , reconhecia-se que "não havia economia para tanta banca () e que o sector vai ter de reduzir a sua presença em
Portugal num processo em que o banco público não vai escapar. - aqui "
E não escapou.
"Como é que esta gente, inteligente e muito informada, só agora entendeu o óbvio*?
Convinha-lhes o desentendimento. Convinha-lhes que não se desse por isso
enquanto retiravam lucros, bónus e vantagens escabrosas. A Ordem era
pobre mas os frades engordavam.
O sobre dimensionamento dos bancos à volta da mesa vem muito de trás. Se
o sector estivesse sujeito a leis de concorrência não emboladas, nunca
teria embebedado a economia de crédito importado nem a tinha sugado como
sugou.
Sem rei nem roque, os banqueiros fizeram o que lhes deu na real gana e os resultados estão agora à vista.
E agora?"
E agora?
Agora volta a mesquinha questão: "como é que pode, e até quando, uma vaca escanzelada desfazer-se em tanto leite?"
3 comments:
Rui.
Posso partilhar no FB?
Grande abraço.
Sim, Rogério.
Podes partilhar com quem quiseres.
O que é o FB?
Forte abraço
Rui
Rogério,
Volto para dizer que já sei o que é o FB.
É o Facebook, informa-me quem, entretanto, me esclareceu.
O que demonstra a minha falta de contacto com o FB.
Mas podes, evidentemente que podes partilhar no FB ou outro meio de comunicação qualquer.
Talvez se apanhe quem corrija o que escrevi. O que seria bom.
"Se não receio o erro é porque estou sempre disposto a corrigi-lo" - B J Caraça
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