Durante a campanha para as eleições legislativas em 10 de Março, do que mais se falou foi de corrupção.
O prof Ventura, na linha de conduta demagógica com que quer chegar um dia à chefia do Governo do país - "Um dia, serei Primeiro-Ministro!", proclamou ele - , não o fez por menos: o dinheiro envolvido em acções de corrupção chega e sobra para pagar todas as suas promessas durante a campanha eleitoral, isto é, as promessas dos outros partidos concorrentes acrescidas das promessas do partido do prof Ventura, que será primeiro-ministro. E quem pode garantir o contrário, quando os ventos enfunam as velas dos populismos onde a democracia navega meio desnorteada?
Pagamos a corrupção com os nossos impostos!. Era a propaganda eleitoral do prof Ventura, lia-se e ainda se lê, os cartazes não descem de de motu proprio dos postes a que estão amarrados. Era um exagero, uma tirada demagógica, via-se à vista desarmada que o candidato Ventura, que fizera treino em serviços das Finanças Públicas, sabia bem que nem ele acreditava no exagero do que afirmava.
O certo é que, o estafado prometido combate à inflação, reunia consenso alargado de todos os partidos para congregar as propostas que pudessem combater eficazmente o bicho.
E assumido o encargo pelo Governo de promover a descoberta do modo mais eficaz e eficiente instrumento de combate entre todos os que tinham assumido participar nele (quem é que iria rejeitar participar em tão essencial missão?) esperava-se que a senhora Ministra (Júdice) da Justiça fosse lesta, já tivesse dado notícia do início do combate a um paquiderme que continua impunemente a calcar caminho sobre a justiça, de que se alimenta, insensível a todas as pueris alfinetadas na sua carapaça para mudar-lhe o rumo.
Cinquenta personalidades, que abaixo assinaram manifesto para reforma da Justiça, avançaram com pedido de audiência a Marcelo, não sei se para uma selfie de conjunto ou um bate-papo sobre as teias em que o Presidente se balanceia. O certo é que também de Belém ainda não saiu um comentário, especialidade da casa, sobre o assunto.
Rui Rio, sempre ele, generoso e várias vezes traído, a bater-se quase quixotescamente contra o paquiderme, há três dias entrevistado na Sic, foi mais uma vez assertivo e não receoso da força da besta, e, resumidamente, reafirmou que o poder judicial, e desde logo, o Ministério Público tem de estar sujeito ao escrutínio democrático, e que a actual Procuradora-Geral da República deveria ser demitida com fundamento no não funcionamento regular das instituições, por iniciativa do Governo - proposta ao PR - ou, preferivelmente, por pedido da Procuradora da sua demissão do cargo.
Também abordada por Rui Rio, foi a prática impune da intrusão e divulgação do que se encontra em segredo de justiça, que deve ser firmemente travada. Só por óbvia condenável conivência entre quem tem a responsabilidade de manter em segredo o que deve ser mantido em segredo de justiça e os divulgadores de informações em segredo de justiça (os media) que estes sabem bem que foram extorquidas, sabe-se lá a troco de quê, se decompõe a justiça.
A justiça tem sido desleixada pelos políticos porque não dá votos, disse Rui Rio, e os media precisam de informações espúrias para alimentar a congénita voracidade da populaça pelo escândalo.
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