Tuesday, November 04, 2008

TÍTULOS DO BPN


Quase toda a gente afina pelo mesmo diapasão, e digo quase toda a gente por uma questão de prudência, se não diria todos porque não conheço quem tenha dito o contrário: o caso BPN nada tem a ver com a crise global que o mundo financeiro atravessa.
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Dito desta forma, parece que o BPN é um caso isolado de maus procedimentos, falta de transparência, abuso de confiança, práticas dolosas, criminosas até, no meio de um mundo que se comportou com probidade mas teve alguns azares que descambaram em cataclismo geral. Muito provavelmente, o BPN é um caso paradigmático dos excessos de falta de honestidade que campearam à larga por esse mundo fora.
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Não quero dizer com isto que se deva contar com este envolvimento, suspeito de todas as vilanias, como atenuante das que os responsáveis do BPN praticaram; O que quero dizer é que não é de modo nenhum estranho ao que se passou no BPN as práticas dolosas que foram usadas por muitos outros e que o BPN, muito provavelmente, copiou e refinou.
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Não sei se a decisão do governo é a melhor ou não. Ninguém sabe. O que sei é que nada justifica o envolvimento de 900 milhões de euros, segundo o Jornal Negócios, da Segurança Social, do Banco de Portugal, da Caixa Geral de Depósitos, num banco que se sabia há muito que era um ninho de ratos. Daí que, tendo o governo intervindo para minimizar as perdas próprias e os depósitos dos clientes, não o iliba das responsabilidades em ter deixado ir tão longe o escândalo.
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Quanto a Miguel Cadilhe, que já foi felicitado por ter picado o furúnculo, a sua posição quando à decisão do governo só pode entender-se como um esforço inútil de querer envolver ainda mais o Estado sem que, da parte deste, houvesse intervenção no processo agónico que se segue. Miguel Cadilhe mediu mal a passada quando aceitou sobraçar aquele molho de bróculos. Já tinha referido, aqui, isto mesmo, há quase um mês (vd. post de 12/10).
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Estado perdia mais de 900 milhões com queda do BPN

O Estado seria um dos principiais prejudicados com a falência do Banco Português de Negócios (BPN), uma vez que Banco de Portugal (BdP), Caixa Geral de Depósitos (CGD) e Instituto da Segurança Social têm empatados na instituição quase 900 milhões de euros.

Dependência do BPN põe em risco participadas da SLN ...
O meu banco foi nacionalizado! E agora?...
Ascensão e queda do homem que gosta de comer sopa ao pequeno-almoço...

Cadilhe culpa Governo e Banco de Portugal

A "radical nacionalização" do Banco Português de Negócios (BPN) está assente numa "falha de Estado", fruto da "grave e demorada falha de supervisão" que "durante anos" deixou a instituição chegar à situação actual, acusou Miguel Cadilhe, presidente do grupo, que rotulou de "política" a nacionalização. "A nosso ver, o Governo quis, preferiu, optou, não se viu obrigado".

Proposta do BPN tinha "um custo inaceitável" para os contribuintes...
Banco de Portugal detectou irregularidades no BPN antes da entrada de Cadilhe...
"Surpreendeu-nos a dimensão e a densidade dos erros passados" no BPN...
"Era possível regenerar o banco e o grupo SLN"...
"Houve grave e demorada falha de supervisão"...
Cadilhe diz-se "preocupado" com accionistas...
Cadilhe deixará funções quando BPN for nacionalizado...
Nacionalização foi "decisão politica"...

Cabo Verde avisou Constâncio para "irregularidades" em Março

O banco central de Cabo Verde avisou, em Março deste ano, o Banco de Portugal (BdP) para suspeitas de irregularidades na relação entre o BPN e o Banco Insular, noticia o Diário de Notícias , que cita João Carlos Fidalgo, director do Departamento de Supervisão daquele banco africano

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