Thursday, November 20, 2008

NOTÍCIA DO DIA

A notícia do dia parece ser a derrota da equipa portuguesa de futebol perante a congénere brasileira por um resultado que já não conseguia há 53 anos: 6-2.
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Talvez por isso, pouca gente falará hoje do Banco Privado Português, o banco que recebeu os testemunhos de muita figura pública em anúncios publicados na revista do Expresso, e do seu presidente João Rendeiro, também prestigiado coleccionador de arte.
Falar-se-á nos próximos dias, seguramente, depois de ter sido acaloradamente discutida a saída de Carlos Queirós como treinador da equipa nacional.
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Cada coisa a seu tempo ainda que o tempo seja pouco para digerir tanta má notícia.
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Depois de o BCP ter desmentido oficialmente estar a negociar ou a estudar a compra do BPP ou de qualquer outro banco, João Rendeiro recusou fazer declarações adicionais ao Negócios, remetendo qualquer explicação para a entrevista que o banqueiro deu ontem à SIC Notícias, às 23 horas, altura em que a edição em papel do Negócios já estava fechada. As declarações do banqueiro ao canal de televisão podem, no entanto, ser consultadas na edição electrónica (http://www.jornaldenegocios.pt/).

10 comments:

António said...

Bom dia.
Como se costuma dizer, cada cavadela, uma minhoca!
Isto dos bancos, com o de Portugal à cabeça, está dar o que se semeou. Incúria, desleixo, baldas. Pelo menos.
Quanto à selecção, acho mesmo que só um tipo abrutalhado como o Scolari, consegue fazer alguma coisa daquela rapaziada.
Já foi chão que deu uvas.
O Scolari e o Ricardo é que não prestavam.
Mais um motivo para não dizer a minha nacionalidade a ninguém.

A Chata said...

A crise a conta-gotas...

E os despedimentos continuam, continuam,continuam.

Mas há optimistas!

No Pros e Contras vi defender o aumento da capacidade do porto porque se espera que o número de navios a virem descarregar vai aumentar.
Qual recessão?
Qual crise?

Já estou como o Antonio, e iria mais longe se pudesse, diria que vim doutro planeta.

António said...

Olá AC,
Isso de querer aumentar as capacidades portuárias, não tem que ver com aspectos funcionais. Tem que ver com orçamentos, derrapagens e o que se esconde por detrás de coisas dessas.
Esta gente leu algures que é em tempos de crise que se preparam as coisas para os tempos de procura e vacas gordas.
Não viram ainda foi o tamanho desta crise, o tempo que ela vai durar nem o mal que vai e já está a provocar.
Outro, justificava o aumento do famoso terminal com a chegada de navios ainda maiores carregados com ainda maior quantidade de lixo vinda da China.
Isto é um país de brincalhões, não é?
A brincadeira preferida é brincar com as coisas dos outros, as nossas neste caso.

aix said...

Não foi só uma a desgraça do dia, foram 3: a copiosa derrota da selecção de futebol, o BPP de João Rendeiro e a falência da Byblos. Quanto à primeira nunca vi receita mais certa do que a do António: “só um tipo abrutalhado como o Scolari consegue fazer alguma coisa daquela rapaziada”. Na sua crueza o António põe um problema da maneira de ser português: somos uns emotivos, mesmo anti-racionalistas. A razão nunca nos norteou, os exemplos na nossa história superabundam: os Spinoza foram postos fora, tal como muitos dos melhores intelectuais na ditadura. De que serviu a luta do António Sérgio? Que influência exerceu na nossa mentalidade? É por isso que a maneira de ser do Carlos Queiroz, frio, programado, com estratégias a prazo, não encaixa na nossa “rapaziada” na generalidade com baixa instrução. O erro foi tê-lo seleccionado a ele para a função.É nome bom para um bom poeta. Uma palavra-chave da nossa cultura é “desenrascanço”; por isso até acredito que ainda cheguemos ao apuramento. A minha tese encontra acolhimento na caso do BPP: ouvi ontem João Rendeiro na TV publicitar o seu livro com o argumento de que os lucros das vendas (o dinheiro dos compradores) vão para uma instituição de bem-fazer social. Porque não cedeu ele parte dos seus grossos rendimentos? Sobre a livraria Byblos escrevi no meu blog em 19 de Fevereiro deste ano: “Livros : a tabuleta pode ser (não é) muito chamativa : «Byblos, livrarias», mas aquele interior...É um espaço anunciado de 3.300m2, bem estruturado para que os clientes vejam, manuseiem e, se quiserem, saboreiem os livros que superabundam nas ofertas temáticas mais variadas. O dístico apenso à parede convida ao relax: «sempre imaginei que o Paraiso fosse uma espécie de livraria»(Jorge Luís Borges).Clientes? Onde estão eles? Ali ao lado, no CC Amoreiras, acotovelam-se. Aqui escasseiam. Pensamos grande, agimos pequeno”. Logo vaticinei para comigo este triste fim.

Rui Fonseca said...

"Mais um motivo para não dizer a minha nacionalidade a ninguém."

Caro António,

Um mau momento não pode aconselhar tamanho desânimo.

Este país tem muita coisa boa.

Rui Fonseca said...

"Já estou como o Antonio, e iria mais longe se pudesse, diria que vim doutro planeta."

Cara Amiga A.,

Espero que o facto de neste blog a astronomia ter um lugar reservado a ajude a escolher uma origem planetária alternativa.

Estava a brincar consigo.

Digo-lhe o que digo ao António: Temos muitos defeitos mas também algumas virtudes e vantagens.

Garanto-lhe.

Rui Fonseca said...

Caro FC.,

É curioso que, a propósito da Byblos, dissemos mais ou menos na mesma altura (diferença de uma semana)quase o mesmo.

Por isso transcrevi o teu post e o meu da altura num post a que dei o título "Byblos 2".

Unknown said...
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António said...
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António said...

Caro Rui,

"Um mau momento não pode aconselhar tamanho desânimo.

Este país tem muita coisa boa."

Tudo bem, só que este mau momento já é muuuuiiiitoooo cooooompriiiiiidooooo.
Já dura há muito tempo e não me refiro à selecção da bola.
Tudo está sempre mal e sempre por culpa dos outros.
Acha isto normal? Se não acha, então é porque isto é um lugar anormal, com gente anormal.
Como não quero conotações dessas, não digo de onde sou.
Assim compreendem melhor.
Roubámos isto aos espanhóis, fossem de Castela, Aragão ou de outro sítio. Também roubámos um bocado aos mouros. Como não chegava, fomos a casa deles roubar mais. Ganhámos experiência e ambição e fomos por aí fora.Roubámos o Brasil e com o que se roubou por lá construiu-se um convento para iludir o povão.De África e do Oriente foi sempre a sacar.
Para quê e para quem?
O que resta disso? Páginas de livros e uma cagança danada por termos feito tudo isso?
Valha-nos que chamam a isso História. Com coisas boas e coisas más.
Fizemos essa coisa toda porque nunca fomos capazes de nos governar com o que temos e precisámos sempre daquilo que era dos outros. E sempre a esbanjar.
Portanto, meu caro Rui, este não é um momento mau.
Foi sempre assim.