Tuesday, November 18, 2008

O ÓBVIO E O PROVÁVEL


Professores rejeitam proposta de criação de comissão de sábios para a avaliação
A Plataforma Sindical dos Professores rejeitou hoje a hipótese de se criar uma "comissão de sábios" para negociar o processo de avaliação dos docentes, como propôs ontem o socialista António Vitorino.
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Como tenho, repetidamente, dito, aqui e em outros blogs que abordam o tema, o que está em causa não é o sistema de avaliação mas o sistema de quotas. Ou podem ser todos bons, como entendeu o feitor da Madeira, ou excelentes, ou nenhum sistema de avaliação de desempenho será aceitável pelos sindicatos.
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A situação arrastar-se-á para uma situação de confronto que i) terminará pela desmobilização dos professores ou ii) pela requisição civil dos mesmos. O afastamento, voluntário ou não, da ministra está afastado. Presumo que, em situação extrema, o PM preferiria provocar eleições antecipadas, que talvez ganhasse com maioria absoluta, do que deixar cair a ministra depois de ter (mal) deixado cair Correia de Campos.
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Para Vital Moreira (in Público de hoje), e concordando com o que Miguel Sousa Tavares escreveu a propósito no Expresso, "a derrota do Estado na avaliação dos professores seria o dobre de finados por qualquer reforma susceptível de afectar um grupo de profissionais numeroso ou influente " acrescentando depois que "O único direito que está em causa é o direito dos professores que querem ser avaliados e que não podem ser impedidos por quem não deseja sê-lo".
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Curioso, do meu ponto de vista, é que não aborde a questão subjacente a toda a mobilização dos professores: as quotas. Lá chegarão.

2 comments:

aix said...

Tenho para mim que esta guerra ultrapassa largamente a questão do modelo de avaliação. Se fosse esta a questão seria técnica e então seriam os especialistas (que os há) a pronunciarem-se. Ora nunca os sindicatos foram por essa via, pelo que nunca apresentaram qualquer alternativa de modelo porque sabem que seria um fiasco. A questão inscreve-se num movimento geral de contestação (com ou sem razão) na linha política do “quanto pior melhor”. Quanto a mim ceder seria a vitória dos contestatários que festejariam a sua militância e não o que dizem ser a sua luta, porque então, a avaliação ficaria num impasse ainda maior. Tecnicamente a posição da Srª Ministra está correcta: os sistemas corrigem-se; no fundo é o que está a fazer: corrigir um sistema de avaliação que não avaliava (distinguia) ninguém e que distinguia por antiguidade, que bem poderia ser por incompetência acumulada. Sendo assim, por que é que os sindicatos continuam tão irredutíveis? É porque sabem que, perdendo esta guerra, perdem grande parte da influência que detêm no Ministério da Educação desde há 30 e tal anos, por onde passaram Ministros reconhecidamente pouco competentes em matéria educativa, salvando o malogrado Cardia que, não obstante os esforços, também pouco conseguiu. Há forças sociais mais poderosas do que pensamos...

Rui Fonseca said...

Meu caro F.,

Concordo plenamente contigo.

Tanto que vou transcrever este teu comentário no blog com o título
"Por detrás da avaliação"

Se não concordares, mudamos.