Sunday, March 18, 2012

RENDAS DE MELROS

- .... as supostas rendas da EDP, a existirem, beneficiaram o seu proprietário, o Estado.(igual a conjunto dos contribuintes). O Estado foi o seu accionista a 100 por cento, e, apesar de 7 fases de privatização (a oitava ainda está em curso pois a operação com a CTG ainda não está consumada), ainda é hoje o seu principal accionista, a 25 por cento. O Estado tem vendido ao longo do processo da privatização as suas acções
com base em avaliações da empresa, que integrarão naturalmente nos seus cash-flows, no respectivo horizonte temporal, essas supostas rendas…..Se essas supostas rendas fossem então retiradas ao cash-flow(componente fixa e não aleatória como é da natureza de uma renda) a empresa valeria naturalmente menos…

Então, a anulação súbita dessa supostas rendas, sem contrapartidas, apos a venda das acções pelo próprio Estado, significaria que o próprio Estado(cjto dos contribuintes) teria andado a «vender gato por lebre»...
... Economista tem obrigação de assim concluir…Ou não será assim?

- ... Concluo que não refutas que a EDP é rendeira.

O que afirmas é que as rendas já vêm de longe e que, agora que os chineses acabaram de comprar a posta restante, só lhes faltando pagar o resto do preço (com ou sem dedução na participação nos dividendos?, não sabemos) não é viável dizer aos accionistas, actuais e antigos, que afinal temos de falar acerca das rendas a pagar à EDP.

É isto que está em causa, se não me enganei na  interpretação do que afirmas .

Aliás, o mesmo argumento vale para as Parcerias Público Privadas, cujos detalhes, segundo Avelino de Jesus, se encontram no segredo dos deuses mas foram negados ao Avelino, apesar do apelido.

Os negócios do Estado só não são segredos de Estado quando os tutores em exercício de funções sacam do jus imperii, cortam salários e pensões a alguns, não a todos, aumentam os impostos, a alguns, não a todos. Quanto aos demais credores, o Estado é um cordeiro mais que manso, e os seus tutores sem um jus qualquer à mão de semear para lhe rapar nas rendas.

Percebe-se tudo.

Só discordo quando afirmas que economista tem obrigação de concluir que renda ajustada é renda para ser honrada. Concordo que os advogados dos credores têm essa obrigação profissional. Os economistas, não.

E não, porque Caro E., a mais elementar lei da economia (ou será da física?) é que só paga quem pode. E, desgraçadamente, este país não vai poder honrar todos os compromissos, alguns dos quais secretos, que alguns tutores assumiram em nome dele.

De modo que, salvo melhor opinião, a questão é de tempo: ou as renegociações começam já ou quanto mais tarde menos fôlego haverá para discutir seja o que for. Ainda não há muito tempo a discussão centrava-se nos privilégios dos não transaccionáveis relativamente aos transaccionáveis. Ora, em geral, para estes a factura da energia conta que se farta. Se nada pode ser feito a respeito das rendas, eles, os transaccionáveis, estão feitos. Ou não?

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Cor. - Aqui : La Moncloa forzó que el marido de Cospedal renunciara a Red Eléctrica

1 comment:

Anonymous said...

A batata e a sua lógica.