"O orçamento, que ascende a 75,2 milhões de euros, prevê gastos correntes de 35,7 milhões de euros e gastos de investimento de 39,5 milhões de euros (... ), como pode a Câmara gastar em despesa corrente 35,7 milhões de euros se em 2007 arrecadou de receitas apenas 29,7 milhões? E como se atreverá a gastar em investimento os tais 39,5 milhões se arrecadou, em receitas de capital, tão só, 8,9 milhões?"
... Endividada (...) e impedida de contrair dívida junto da banca, outro caminho não tem restado senão protelar o pagamento aos fornecedores de bens e serviços. Por isto, a Câmara da Figueira aparece (...) com um prazo de pagamento médio de 270 dias."
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Lamentavelmente, esta é uma situação comum não só a nível da administração local e regional como da administração central. Há casos piores e casos menos piores. Mas o mal é geral. Muita gente brada mas o problema não se resolve. Porquê?
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Antes de mais não se resolve com artigos no Figueirense, no Progresso de Gondomar, no Diário de Felgueiras, no Público, Diário de Notícias, Correio da Manhã, ou quaisquer outros periódicos locais ou nacionais. Nos blogues também não. O problema ou se resolve em sede própria, na Assembleia da República, e vai ficando muito tarde para se encontrar solução por aí, ou, mais provavelmente, por congestão de dívidas a impor uma dieta forçada.
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Os eleitores não são sensíveis a argumentos orçamentais sobretudo quando os gastos reais, e muito menos os orçamentados, não bolem directamente com os seu bolsos.
Há pelo menos três coisas que poderiam alterar este estado de coisas:
- que as câmaras cobrassem elas próprias os impostos que constituem as suas receitas;
- que todos os encargos assumidos fossem reflectidos nas contas, isto é, que a contabilidade deixasse de ser uma contabilidade de caixa (receitas menos pagamentos) e passasse a registar encargos assumidos (pagos ou a pagar) e proveitos certos (recebidos ou a receber).
- que não lhes fosse consentido ultrapassarem níveis (definidos pelo governo central) de solvabilidade sob pena de sansões claramente desincentivadoras.
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Mas, em vésperas de eleições e no meio do furacão, quem é que vai avançar com medidas moralizadoras que afectariam clientes de todos os lados do xadrez político?
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Ninguém. Só mesmo quando a maré vazar e o lodo mostrar os seus hóspedes é que começará o trabalho de limpeza. Que nos custará a todos e sujará muita gente.
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Originariamente, (wikipedia ) autarquia significava "comandar a si mesmo" pertinente a vários campos, mas sempre lidando com a ideia geral de algo que exerce poder sobre si mesmo".
Estava-lhe, portanto, inerente a independência de acções com recursos próprios.
Entre nós, por razões várias, passou a dispor desgovernadamente de recursos alheios. De autarca promoveu-se a autocrata, utilizando frequentemente a demagogia e a chantagem política.
4 comments:
Infelizmente, lá como cá e por aí fora...
Lord Truscott: Peers charge up to £5,000 a day to 'facilitate' law changes
Lord Truscott was secretly video recorded describing how peers charge up to £5,000 per day to help clients with what he called "facilitating amendments" to the law.
By Gordon Rayner, Chief Reporter
Last Updated: 7:47PM GMT 30 Jan 2009
http://www.telegraph.co.uk/news/4401188/Lord-Truscott-Peers-charge-up-to-5000-a-day-to-facilitate-law-changes.html
Noticia 'estranha' nos dias de hoje.
Hyundai Heavy's quarterly profit jumps 67 per cent
29 Jan 2009, 1646 hrs IST, AGENCIES~
SEOUL: Hyundai Heavy Industries Co, the world's largest shipbuilder, said Thursday that fourth quarter net profit rose 67 percent as it worked through a large backlog of ship orders.
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The fourth quarter's sales rose 42 percent to 6.05 trillion won from 4.25 trillion won a year earlier.
Hyundai Heavy and its Hyundai Samho Heavy Industries unit received a total of 153 new ship orders in 2008 worth $22 billion, Kim said. At the end of 2008, the company had an order backlog of 340 ships worth $38 billion, she said.
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Hyundai Heavy Industries said it expects 2009 sales to grow 14.6 percent to 22.9 trillion won thanks to its order backlog.
http://economictimes.indiatimes.com/News/International_Business/Hyundai_Heavys_quarterly_profit_jumps_67_per_cent/articleshow/4047776.cms
Quem precisará de tantos barcos?
Mais nacionalizações?
Government to nationalise failing private schools
• Failing private schools to be nationalised
• Five already in public ownership as teachers criticise 'bail-out'
Polly Curtis, education editor
The Guardian, Saturday 31 January 2009
The government will nationalise recession-hit private schools by turning them into state-funded academies, ministers have confirmed.
http://www.guardian.co.uk/education/2009/jan/31/private-schools-nationalised-academies
Em nome da maior eficiência da gestão privada privatizou-se, privatizou-se, privatizou-se.
Em nome das falências criadas pela gestão privada, nacionaliza-se, nacionaliza-se, nacionaliza-se.
E mais!
A quem geriu 'tão bem' dá-se prémios e boas reformas e o dinheiro do Estado (contribuintes) que tape o buraco.
Sir Fred Goodwin: the RBS chief who bet the bank and lost
It's Sir Fred Goodwin's last official day at the Royal Bank of Scotland on Saturday.
By Philip Aldrick, Banking Editor
Last Updated: 6:32PM GMT 30 Jan 2009
Ten years after joining the bank's board and eight years since buying NatWest in one of the deals of century, he leaves as the most reviled man in Britain – guilty of running his lender into the ground and widely blamed for the recession
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Of course, Sir Fred should have know better. That's why he was paid £4.2m and will draw a generous £580,000-a-year pension.
http://www.telegraph.co.uk/finance/newsbysector/banksandfinance/4401133/Sir-Fred-Goodwin-the-RBS-chief-who-bet-the-bank-and-lost.html
"Quem precisará de tantos barcos?"
Não sei, cara Amiga.
O tempo do petróleo barato facilitou os transportes e a globalização. Tornou o mundo mais apertado.
Teve efeitos positivos (promoveu o crescimento de economias subdesenvolvidas) mas retirou
competitividade às economias dos países desenvolvidos.
O problema da economia portuguesa, neste caso, é que não é peixe nem carne. Tendo uma parte importante da população sem qualificações para produções de valor acrescentado elevado, esqueceu-se desse pormenor e pensou que poderia passar a viver à grande e à europeia. E viveu, por uns tempos. Agora tem de mudar de vida.Não há bem que sempre dure.
Porque mesmo com transportes baratos os barcos não continuarão a chegar carregados se não lhes pagarem as cargas transportadas.
Mas chegarão a outros lados porque a crise pode ser longa e profunda mas não há mal que não acabe
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