Thursday, January 15, 2009

NA MOUCHE

Tal como tenho referido, várias vezes aqui no Aliás e em comentários em outros blogs, a peregrina discussão acerca da responsabilidade da teoria económica no germinar ou potenciar da crise são dardos atirados para o lado oposto onde se encontram os alvos responsáveis.
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O que deveria constituir matéria para investigação responsável é objecto de arremesso dos que nunca acreditaram que a economia também pode ser objecto de análise científica e sempre estribaram os seus argumentos meramente dialéticos em convencimentos essencialmente doutrinários. E que agora julgam ter chegado a hora da desforra.
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Abrindo, deste modo, as portas por onde se podem esgueirar os culpados.
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Outra questão que me parece interessante é a moda de culpar os cursos de Economia e Gestão pelos crimes que gestores e financeiros cometem. O argumento é simples, estes senhores vão para as empresas aplicar as teorias que aprendem e depois causam estas crises imensas. É uma acusação que é feita amiúde e que me parece absolutamente extraordinária. Por vários motivos, em primeiro lugar porque ninguém anda a ensinar os alunos a serem desonestos; bem pelo contrário, cada vez se dá mais destaque ao valor da ética nos negócios. Em segundo, porque, como muito bem notou esse economista convencional chamado Nuno Garoupa, até ao início dos anos 90 apenas duas escolas em Portugal se inseriam no mainstream neoclássico: a Universidade Nova e a Católica. Bem, Oliveira Costa licenciou-se na Faculdade de Economia da Universidade do Porto nos anos 70. Numa altura em que aquele curso estava pejado de “visões alternativas” dando, por exemplo, um peso forte à economia marxista. Espero que não digam que o ex-presidente do BPN se encontra preso por causa do marxismo que lhe ensinaram (…)

4 comments:

Economicus said...

OK -- I am not sure if the translation is accurate or not. But I think I get the topic. As a teacher of economics -- here is my 2 cents. Economics uses the scientific methodology. So to say that teaching economics causes bad behavior is similar to saying that teaching physics causes people to drop bombs on each other. Having said that I do think that how we teach economics matters. Many teachers teach economics a if it is the writ of god! Students in their desire to pass difficult econ course may actually find this easier than embracing the scientific methodology of economics. Just memorize some stuff, plug and chug a few derivatives in calculus and off they go with their shiny new MBA's. Did they learn any economics? nope. Did they memorize some dogma? yep. What happens as a result? Any newspaper report on the current state of the economy answers that question!!!

António said...

Boa noite,
Tenho um penteado novo. Cabelos em pé!
Estou com os cabelos em pé por ter estado a ouvir o depoimento do Dr. Cadilhe na Comissão da AR.
A actuação do dr. Constâncio é uma coisa de estarrecer.
Tanto tempo a demonstrar incapacidade, não por falta de meios, mas só incapacidade funcional ou intencional.É demais.
Não há vergonha na cara.Nem em lado nenhum.
Ter dito ao Dr. Cadilhe que ficaria muito satisfeito caso este aceitasse o cargo na SLN, sabendo o que sabia, é de crápula.
E ter ido à AR mentir como mentiu, é de pessoa sem princípios.
E demonstra que se está nas tintas para quem lhe paga.
Uma vergonha!

Rui Fonseca said...

Caro António, boa noite!

Eu não vi a transmissão das declarações de Miguel Cadilhe mas, pelo que li no Jornel Negócio On line, e que transcrevo no blog, para memória futura, ele repetiu, no essencial, o que já havia dito antes.

Também penso que V Constâncio não esteve, também nesta caso, à altura das responsabilidades de governador do BP, e fica-nos a ideia, porventura injusta, de que colaborou na colocação de uma casca de banana junto de Cadilhe.

Mas estaria Cadilhe assim tão pouco informado que não soubesse que o BPN estava rodeado de rumores antigos e recentes, e não estranhasse que o BPN pagava juros acima da generalidade da banca ao mesmo tempo que conseguia um crescimento que espantava?

Se a displicência de Constâncio deve ter outro nome que nome deveremos dar a esta aparente ingenuidade de Cadilhe?

Já critiquei, como sabe, várias vezes o comportamento de Constâncio aqui no Aliás, e não só a propósito do BPN. Também no caso do BCP a forma como se desenvolveu a actividade de supervisão do BP já deveria ter tido consequências adequadas. Lamentavelmente, em tempos de crise essas consequências ainda são mais difíceis de tirar, segundo parece.

Rui Fonseca said...

Dear Atin,

Thank you for your comments, I fully agree.

I think that the automatic translation works well.

Your comments are allways welcome.