Thursday, January 15, 2009

CADILHE CONTRA CONSTÂNCIO

Afirma António,

Tenho um penteado novo. Cabelos em pé!
Estou com os cabelos em pé por ter estado a ouvir o depoimento do Dr. Cadilhe na Comissão da

A actuação do dr. Constâncio é uma coisa de estarrecer.
Tanto tempo a demonstrar incapacidade, não por falta de meios, mas só incapacidade funcional ou intencional.É demais.
Não há vergonha na cara.Nem em lado nenhum.
Ter dito ao Dr. Cadilhe que ficaria muito satisfeito caso este aceitasse o cargo na SLN, sabendo o que sabia, é de crápula.
E ter ido à AR mentir como mentiu, é de pessoa sem princípios.
E demonstra que se está nas tintas para quem lhe paga.
Uma vergonha!
.
Caro António,

Eu não vi a transmissão das declarações de Miguel Cadilhe mas, pelo que li no Jornal Negócios on line, e que transcrevo no blog, para memória futura, ele repetiu, no essencial, o que já havia dito antes.

Também penso que V Constâncio não esteve, também nesta caso, à altura das responsabilidades de governador do BP, e fica-nos a ideia, porventura injusta, de que colaborou na colocação de uma casca de banana junto de Cadilhe.

Mas estaria Cadilhe assim tão pouco informado que não soubesse que o BPN estava rodeado de rumores antigos e recentes, e não estranhasse que o BPN pagava juros acima da generalidade da banca ao mesmo tempo que conseguia um crescimento que espantava?

Se a displicência de Constâncio deve ter outro nome que nome deveremos dar a esta aparente ingenuidade de Cadilhe?

Já critiquei, como sabe, várias vezes o comportamento de Constâncio aqui no Aliás, e não só a propósito do BPN. Também no caso do BCP a forma como se desenvolveu a actividade de supervisão do BP já deveria ter tido consequências adequadas. Lamentavelmente, em tempos de crise essas consequências ainda são mais difíceis de tirar, segundo parece
.

3 comments:

António said...

Boa tarde.

Um dia, Cadilhe vai falar com Constâncio e diz-lhe:
- Fui convidado para presidir ao BPN.
Constâncio, que achava aquilo dos juros mais altos e do crescimento elevadíssimo, coisa natural e normal, respondeu:
- Eu ficarei muito satisfeito se você aceitar.

Foi mais ou menos assim.
Cadilhe pensou:
Bem, se os gajos das contas, os auditores e até o próprio BP capitaneado pelo sr. Victor acham que está tudo bem, porque não aceitar?
O dr. Constâncio, sabia muito bem o que estava a fazer e devia saber que não sabia nada daquilo.Porque não queria saber, por desmazelo, por incompetência?
O que se tinha passado antes com o BCP?
Mais:
O dr. Constâncio, ao receber o balúrdio que lhe pagam, tem obrigação de saber tudo, mas tudo, o que se passa na banca nacional.
Ao não fazer coincidir o vencimento com o conhecimento e desempenho, é uma fraude, para não lhe chamar outra coisa.

Rui Fonseca said...

António, boa tarde!

Compreendo bem o seu raciocínio e, eu próprio, já levantei a hipótese de Constâncio ter sido menos correcto nesta luta de galos. Vd. labels "BPN" ou "BP".

Acontece que também podemos pensar que Cadilhe, que não é tão ingénuo que não soubesse nada do que se estava a passar, tenha querido aproveitar a reunião (ou reuniões) com Constâncio para retirar delas o eventual efeito que agora está a usar: responsabilizar VC pelo apodrecimento da situação e retirar margem de manobra ao governo para uma intervenção quase inevitável. Sem arriscar grande coisa: Preveniu com toda a segurança o pagamento da reforma que estava a usufruir no BCP.

Ora o BP tem muitas culpas no cartório mas não podem essas culpas desculpar minimamente o que ocorreu no BPN. Com consequências que, afinal, recairão em grande parte sobre nós todos os que pagam impostos.

Ganharam, entretanto, os que se estiveram marimbando para o risco e escolheram o BPN para aplicar os seus depósitos, a juros mais elevados.

E, já se sabe, quem paga juros mais altos assume riscos mais elevados. Riscos que foram, em grande parte transferidos para os contribuintes, porque o sistema financeiro não pode abanar muito sob pena de perdermos todos ainda mais.

O que coloca a questão da intervenção do Estado na prevenção de situações futuras.

O problema não é de agora; o que acontece é que só damos por ele de longe em longe, e esquecemos.

Os bancos, se alguma coisa for feita para não premiar os infractores, terão de passar a estar sujeitos a regras de fiscalização mais rigorosas e penalizações pesadas para os que infringirem ou contornarem dolosamente as leis.

A Chata said...

Todos 'bons rapazes'!

Ingénuos, mal informados, enganados pelos amigos, distraídos, vitimas de cabalas, surpreendidos.

Um drama...

Porque é que um deles não é apanhado a roubar um creme no Lidl?
Ia logo preso e obrigado a devolver o que roubou.