Thursday, January 22, 2009

UPSIDE DOWN

O que é que pretende um investidor como Joe Berardo quando "considera que os governantes terão de regressar às nacionalizações para salvar empregos?"

Nacionalizações da banca, do BCP, por exemplo, onde Berardo tem uma participação relevante?

No rescaldo das nacionalizações que se seguiram ao 11 de Março de 1975, recordo-me de alguns empresários terem sugerido ao governo a nacionalização das suas empresas por não conseguirem suportar as condições que a conjuntura lhes impunha, nomeadamente as reivindicações sindicais (das comissões de trabalhadores, sobretudo).

Para outros, as nacionalizações apareceram como uma oportunidade para se desvincularem de projectos que mais tarde ou mais cedo falhariam por, já antes de 25 Abril de 74, estarem condenados.

A maior parte, contudo, viu nas nacionalizações um roubo.

Em que grupo teremos de considerar Joe Berardo? No último, não, seguramente, uma vez que ele próprio considera que as nacionalizações são imperativas para salvar empregos.

A menos que, como o compadre alentejano, considere que as nacionalizações dos bois são boas e recomendam-se se forem nacionalizados os bois dos outros.

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Joe Berardo: "Tudo o que aprendi até agora foi por água abaixo"

Joe Berardo diz que a crise financeira veio pôr em causa tudo que aprendeu em décadas de investimentos. Teve de renegociar as garantias e recorrer às reservas pessoais. Sobre os negócios, vê com bons olhos a fusão da Zon e da Sonaecom, e considera que os governantes terão de regressar às nacionalizações para salvar empregos.

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