Thursday, March 12, 2009

NO BOM CAMINHO

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Nunca tive quaisquer relações com o BPP. Até porque sempre pensei que era um banco para gente chique e muito abonada.
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Impressionava-me a disponibilidade de alguma intelectualidade, literária e artística, para colaborar com depoimentos acerca da função do dinheiro nas suas vidas, publicados na revista Única do Expresso. À margem dos depoimentos, publicados em página dupla, havia sempre um arrazoado medíocre a puxar a brasa à sardinha do BPP.
Intrigava-me a explosão de vitalidade de um banco recente que investia em arte contemporânea, acessível a uma minoria de iniciados ou convencidos disso, e que exibia na Elipse, um museu escondido em Alcabideche.
Mas, em tempos de fogo de artifício bancário generalizado, mais girândola menos girândola, poucos dariam por ela na festa.
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O pedido de arresto de bens de antigos administradores que os clientes "burlados" anunciam fazer parece-me um bom caminho para a clarificação de um imbróglio que se tem "burlados" terá "burlões". Assim o entendam os tribunais, e não deixem ficar a justiça apodrecer no pântano como é seu hábito.
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Porque a reparação das fraudes não se faz com a prisão dos "burlões" mas com a devolução das apropriações que eles fizeram, em proveito próprio e dos coniventes.

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