Saturday, March 21, 2009

BANCOS & CASINOS


Tax havens exist because of the hypocrisy of larger states
In the 1860s, the typical client of a haven was a patron of the entrepreneur François Blanc’s casino. In the years after 2000, the typical client of a haven was a hedge fund registered in Grand Cayman, writes John Kay

Why the Turner report is a watershed for finance
Yet even this radicalism is limited: the report rejects division of the financial system into utilities and a casino, writes Martin Wolf

José Sócrates diz que os bancos europeus têm de deixar de trabalhar com paraísos fiscais
O primeiro-ministro português, José Sócrates, defendeu hoje em Bruxelas que os bancos europeus devem ser proibidos de trabalhar com paraísos fiscais, mesmo que uma decisão idêntica não seja tomada a nível mundial pelo G-20.
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Os offshores só não têm os dias contados porque neles se intersectam muitos interesses inconfessáveis. São entroncamentos por onde passam, além dos que se evadem ao fisco, os traficantes de armas, de droga, de pessoas, e todos quantos vivem à solta no mundo do crime.
Teoricamente, o fim dos offshores não exigiria mais do que o compromisso conjunto dos maiores bancos mundiais de os excluir, e aos que com eles traficassem, das suas relações.
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Diversas vezes já, referi aqui no Aliás uma via que poderia ser seguida se aquele compromiso não fosse possível: o de obrigarem os Estados os bancos a declararem a seu envolvimento, ou não, com contas sediadas em offshores.
Até agora, não li em parte alguma, uma sugestão no sentido que tenho referido.
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Recentemente, contudo, tem sido o assunto abordado por muita gente que, de um modo ou de outro, poderá influenciar, se não a extinção dos offshores, pelo menos o seu recuo para operações escrutináveis.
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A declaração de José Sócrates, na sequência da reunião do Conselho de Chefes de Estado e Primeiros Ministros da União Europeia, que definiu a posição dos 27 na próxima reuinião dos G- 20, de que devem os bancos europeus deixar de operar com contas offshores soa mais a um whishful thinking destinado ao "mercado interno" em ano tri-eleitoral do que a um consenso conseguido na reunião em que participou.
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De qualquer modo, poderia, se quisesse, dar um exemplo com que poderia pavimentar-se o caminho a seguir: bastava que o Estado privilegiasse nas suas operações financeiras os bancos que expressamente assumissem o compromisso de não utilizar offshores. A Caixa Geral de Depósitos poderia, se recebesse ordens nesse sentido, apontar o caminho desimpedido de traficantes.
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Mas não é provável que tal aconteça. Apesar da crise que provocaram, ainda são os bancos quem mandam, não os Estados. Pelo menos, alguns.

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