Friday, July 19, 2024

MÁS NOTÍCIAS PARA OS EURÓFAGOS*

Ursula von der Leyen reeleita presidente da Comissão Europeia.

"Horas antes, num discurso proferido no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, Von der Leyen atacou Viktor Orbán – sem citar o nome do primeiro-ministro da Hungria – pela recente deslocação a Moscovo logo após o arranque da presidência rotativa do país do Conselho da UE. “A Rússia está a contar que a Europa e o Ocidente se tornem moles” e o problema é que “alguns na Europa estão a alinhar”, afirmou."

Ursula von der Leyen não se escusou a apontar o dedo, antes mesmo de ter sido reeleita, para os eurófagos.
Orbán é, declaradamente, um deles. 
Mas com ele, alinham muitos, demasiados, outros que continuam a alimentar-se da instituição que os acolheu no pressuposto que aceitavam e respeitavam os seus princípios, nomeadamente a lealdade que garante a coesão do grupo no combate a quem quer destrui-lo.
 
Ursula von der Leyen imprimiu à Comissão Europeia um ímpeto agregador que nunca nenhum dos seus antecessores tinha sido capaz, impulsionada pela repetida ameaça de Putin estender o seu poder autocrático até onde os europeus democraticamente livres recuarem.  
 
Os ventos voltam a soprar, cerca de um século depois de as democracias, geralmente complacentes, terem soçobrado perante os regimes autocráticos, de ditaduras, a favor daqueles que se pretendem ter sido ungidos pelos deuses para governar os povos  com critérios férreos. 
Trump foi ontem nomeado candidato dos Republicanos nas eleições de 5 de Novembro.
Biden nem desiste nem dá sinais de recuperação das suas evidentes diminuídas capacidades de governar.
Putin, czar do mais extenso território do planeta, comparativamente subdesenvolvido, usa o argumento do fantasma do inimigo externo e a força perante a Ucrânia, para garantir do povo russo uma submissão que não consegue com o seu desenvolvimento económico e social**.
 
Macron está preso numa teia tecida pelos extremismos em França, e não tem agora capacidade suficiente para ombrear com o chanceler alemão Olaf Scholz, também ele em modo diminuído, na retoma do eixo económico europeu.

Perante uma mais que evidente falta de cumprimento de Trump pelos compromissos assumidos pelos EUA na NATO, a Europa Livre não tem alternativa senão enfrentar Putin sem esperar pelo auxílio norte-americano. 
Ursula von der Leyen demonstrou no seu primeiro mandato capacidade de mobilização imprescindível à continuidade da democracia europeia, enfrentando os eurófagos.
 
Se não ela, quem?
---
*Eurófago, anotei há alguns dias aqui, são uma espécie de caruncho infiltrado nas estruturas da União Europeia (e, da NATO, acrescente-se agora), que se alimentam do meio hospedeiro com o objectivo de o destruir.
---
**A propósito do subdesenvolvimento económico e social da Rússia de Putin, sugere-se a leitura deste artigo de Henrique Raposo publicado no Expresso.


2 comments:

Rogério Silva said...

Como habitualmente na "mouche".
Grande Abraço.

Rui Fonseca said...

Obrigado, Rogério.
Forte abraço
Rui