Era
um sinal de alarme. (Muitos, entre os quais me encontro, desconfiaram
da fartura e não filaram o engodo. Outros aproveitaram, "os bancos não vão à falência", e disseram-se
lesados quando o isco lhes estourou na boca exigindo aos contribuintes o
pagamento do preço do estoiro).
Dez anos mais tarde, e depois de muito foguetório de resultados, o segundo maior banco privado português claudicou. O
sr. Ricardo Salgado estampou-se, embalado pelas suas ambições pessoais e
pelas exigências da família que é numerosa e mal habituada, fugiu em
frente protegido por vários comparsas coniventes, atropelando as mais
elementares regras do negócio. Foi, muito tardiamente, surpreendido pelo
supervisor em flagrante delito, mas este, em vez de lhe bloquear
imediatamente as golpadas ainda lhe permitiu à última hora alargar os
rombos no casco apodrecido.
Depois a prodigiosa imaginação dos banqueiros, em modo delirante, inventou uma criatura espúria a que deram o nome de Fundo de Resolução com
o qual supuseram ter parido um novo banco sem mácula do pecado original
para ser vendido e, com o produto da venda ou parte dela, pagar aos
contribuintes, financiadores do Fundo de Resolução. O ministro
das finanças replicou, na altura, qual papagaio louro a balançar-se no
poleiro, o que tinham dito os seus antecessores a propósito de
incidentes semelhantes: os contribuintes não serão chamados a pagar os
custos da resolução do BES. Mentiram.
Após várias tentativas, disseram que o Lone Star comprou
o Novo Banco por tuta-e-meia. Mas o novo proprietário ainda não tomou
conta do negócio e as perdas, gordas, do NB continuam a escorrer por
conta dos contribuintes, digam o que disserem os políticos envolvidos.
"A concretização da venda do NB ao Lone Star depende da troca de obrigações de 36 emissões, num valor global de 8300 milhões de euros por depósitos, uma operação feita a preços de mercado que nalguns casos representam perdas imediatas de 90%."
Agora sabe-se que,
"A concretização da venda do NB ao Lone Star depende da troca de obrigações de 36 emissões, num valor global de 8300 milhões de euros por depósitos, uma operação feita a preços de mercado que nalguns casos representam perdas imediatas de 90%."
Agora sabe-se que,
"O
Novo Banco já está a desafiar os clientes de retalho para a oferta de
compra de obrigações. A possibilidade de fazerem um depósito que paga
até 6,5% para minimizar perdas é um dos argumentos usados." - aqui
"Justiça: Uma espada pronta a cair sobre o Novo Banco.
Os processos colocados contra o Novo Banco e o BdP são por causa da resolução do BES ou a pedir indemnizações. O banco antecipa mais acções para combater a oferta de compra de dívida." - aqui
"Novo Banco conta com Lone Star para repor falta temporária de liquidez. O Novo Banco admite que a oferta de compra de dívida dite o "incumprimento temporário" das exigências de liquidez. Situação será reposta com reforço de capital da Lone Star." - aqui
Os processos colocados contra o Novo Banco e o BdP são por causa da resolução do BES ou a pedir indemnizações. O banco antecipa mais acções para combater a oferta de compra de dívida." - aqui
"Novo Banco conta com Lone Star para repor falta temporária de liquidez. O Novo Banco admite que a oferta de compra de dívida dite o "incumprimento temporário" das exigências de liquidez. Situação será reposta com reforço de capital da Lone Star." - aqui
Todos
quantos foram atraídos pelo isco do BES confiando-lhe as suas economias
fizeram-no convictos de que, em caso de azar, seriam os lesados dos
lesados a pagar a factura. Se não, quem?
Perguntem, em caso de dúvida, aos outros bancos.
Perguntem, em caso de dúvida, aos outros bancos.
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