São já cinco ou seis os putativos candidatos às eleições presidenciais de Janeiro do próximo ano. Contando que pelo menos outros tantos quererão ver-se em out doors espetados pelo país fora, é bem provável que uma dúzia de candidatos se apresente a disputar a primeira volta. Para quê?
Por razões diferentes já que, à partida, a maior parte não concorre para ganhar mas para garantir alguns momentos de notoriedade pública. Dos outros, dois ou três, que se destacarão do pelotão, nenhum obterá a maioria que lhe permita a eleição na primeira volta, considerando a dispersão de votos por um número elevado de concorrentes.
Um número elevado de concorrentes exigirá um custo elevado das eleições. Quem paga? Existem apoios suportados pelos contribuintes mas sabe-se que nenhuma candidatura se contenta com tão pouco e que os mais votados serão aqueles que mais meios financeiros recolheram. A troco de quê?
Não hà almoços grátis, os favores têm um preço e o preço paga-se.
Faz algum sentido o voto, sempre extremamente dispendioso, por sufrágio universal de um orgão unipessoal com poderes limitadíssimos, inevitavelmente obrigado, ou como tal visto pelos opositores, a suportar o partido ou os partidos que o apoiaram?
O sistema semi presidencialista, sobretudo depois da redução de poderes imposta a partir do segundo mandato do General Ramalho Eanes, é, de facto, parlamentarista. Reconhecer constitucionalmente este facto poupar-nos-ia um faz-de-conta, dispendioso e potencialmente conflituoso.
2 comments:
A ocasião pode ser aproveitada para ensaiar a eleição electronica. Mesmo que a lei de Murphy funcione o prejuizo é minimo e se funcionar bem traria uma mais valia para reduzir custos com futuras eleições(hipotese que se pode dar mais depressa do que as regras indicam)
Não creio que a solução seja electrónica.
O que é necessário é sair deste regime semi presidencialista à nossa moda que não peixe nem carne.
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