“As elites estão a assassinar a França”, afirma Michel Houellebecq numa entrevista publicada hoje aqui. Dito por qualquer outro francês, e a maioria dos franceses dirá o mesmo, aliás como a maioria dos portugueses, dos espanhóis, etc., a respeito dos seus países, a afirmação seria anódina, de tão batida.
Dita por Houellebecq, titula a entrevista a um escritor que, para além dos méritos que lhe possam ser reconhecidos, e serão muitos, merece agora protecção policial permanente desde a publicação de "Submisão", ocorrida, vantajosamente para ele, quase em simultâneo com o massacre de Charlie Hebdo. Aliás, o livro e a entrevista recolhem, com humor perverso, o sentimento generalizado de uma larga maioria de franceses, e não só, que vêm na progressão islâmica motivo mais que suficiente para se barricarem em posições extremistas de direita.
Michel Houellebecq satiriza o incómodo e a inabilidade ocidental perante um avanço que não sabe conter e muito menos combater. As elites, submergidas pela vaga invasora, limitam-se a esperar pela oportunidade de colaborar com o invasor e assassinar a França.
Premonitório ou provocador, a Houellebecq qualquer dos atributos convém. "Soumission" não é um romance; é um manifesto político romanceado. A capa da edição portuguesa é muito elucidativa da intenção do texto.
Quem não gosta do estilo são os putativos intrusos.
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