Tuesday, March 25, 2008

SINTOMAS DE CRISE E DE INDECÊNCIA

Lucros da banca ainda sobem mas impostos voltam a descer
http://www.jornaldenegocios.pt/default.asp?Session=&CpContentId=313916

Os lucros do sector bancário em Portugal subiram no ano passado 9%, mas a taxa de incidência fiscal reduziu-se em cerca de seis pontos percentuais face a 2006. De acordo com a nota informativa sobre a actividade bancária em 2007 da Associação Portuguesa de Bancos (APB), numa análise aos indicadores de 33 instituições financeiras, representativas de 96,4% do activo líquido do sector, no total os impostos sobre os lucros pagos pelas instituições que compõem a amostra desceram 28,7% face a 2006.

(Deste modo), a taxa de incidência fiscal (que relaciona o valor dos impostos sobre os lucros, correntes e diferidos, com o resultado apurado antes de impostos) desceu para 13,6% em 2007.

Esta manhã, ouço na rádio que, segundo um estudo realizado pelo ISEG, cerca de 100 mil famílias portuguesas estarão em dificuldade para realizar o pagamento das prestações dos empréstimos contraídos para compra de casa. Mas que, apesar da crise, ou por causa dela, a procura de crédito continua a aumentar. Por outro lado, há cerca de 200 mil casas à venda, o equivalente às vendas de um ano.
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Ontem foi notícia uma directiva da DGCI no sentido de obter informações junto de recém-casados para procurar receitas dos empresários de eventos sociais que fogem ao fisco. A reacção do público e dos envolvidos não se fez esperar: A grande maioria quer que o Estado cobre os impostos devidos mas (há sempre um mas português quando os interesses em jogo são colectivos) não concorda em cooperar com o Estado na realização dessa tarefa: O Estado, dizem, que contrate meios para o fazer e não envolva os cidadãos. Mas ninguém disse como é que isso se pode fazer. A quebra do segredo bancário, vá lá saber-se por quê, é geralmente repudiado pelos portugueses, mesmo por aqueles que não têm nda a segredar.
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No Expresso Economia do último Sábado era manchete a fuga de 23,7 mil milhões de dólares (valores em 2006) para paraísos fiscais, por razões fiscais, negócios altamente ilícitos ou jogos conjugais. Cerca de um terço daquela fuga é de particulares, repartindo as seguradoras e os bancos entre si os outros dois terços. O Estado tinha aplicados 235 milhões de dólares mas não explica por quê.
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O cidadão comum que ouve ou lê estas notícias, se não anda a dormir, contorce-se.

1 comment:

João Vaz said...

Rui Fonseca em grande forma. Um blog que merece leitura atenta.
Abraço
JVaz