Sempre que alguém pergunta por que razão o banco do Estado não se distingue dos concorrentes privados
no financiamento à economia reprodutiva e privilegia os sectores protegidos, as actividades especulativas, favorece o consumo, preterindo o investimento, a resposta, geralmente desculpa a administração da Caixa invocando que esta simplesmente segue os objectivos que o governo lhe determina: maximizar os resultados de cada exercício.
Ainda que assim não seja, é difícil encontrar outra razão que justifique o seguidismo dos caixeiros públicos na cauda do cortejo dos banqueiros privados. Porque se alguma diferença tem existido, e continua a existir, é a conotação da administração da Caixa no envolvimento da guerra accionista no BCP, a sua quase ausência no financiamento das PME que caracterizam, por exemplo, pela negativa essa diferença.
"Cansado de ver o Governo a ser apontado como único responsável por uma economia que não descola, o PSD decidiu apontar o dedo à banca pela dificuldade de acesso das empresas ao crédito.
no financiamento à economia reprodutiva e privilegia os sectores protegidos, as actividades especulativas, favorece o consumo, preterindo o investimento, a resposta, geralmente desculpa a administração da Caixa invocando que esta simplesmente segue os objectivos que o governo lhe determina: maximizar os resultados de cada exercício.
Ainda que assim não seja, é difícil encontrar outra razão que justifique o seguidismo dos caixeiros públicos na cauda do cortejo dos banqueiros privados. Porque se alguma diferença tem existido, e continua a existir, é a conotação da administração da Caixa no envolvimento da guerra accionista no BCP, a sua quase ausência no financiamento das PME que caracterizam, por exemplo, pela negativa essa diferença.
"Cansado de ver o Governo a ser apontado como único responsável por uma economia que não descola, o PSD decidiu apontar o dedo à banca pela dificuldade de acesso das empresas ao crédito.
Em menos de uma semana, o primeiro-ministro, o líder parlamentar do PSD e o presidente da comissão parlamentar de economia acusaram os bancos - e em particular a Caixa Geral de Depósitos, o banco do Estado - de não estar a cumprir o seu papel de financiar a economia real. Um problema que há muito tempo está identificado, mas que nas últimas semanas os sociais-democratas decidiram puxar para a primeira linha do debate político.
A dificuldade de acesso ao crédito tem sido tema de conversa ao mais alto nível na direção do PSD, já foi discutido nas reuniões do grupo parlamentar social-democrata, e foi um tema recorrente nas queixas das bases laranja no ciclo de colóquios realizado há duas semanas para assinalar um ano na vitória eleitoral de Passos Coelho. Agora, chegou ao discurso político dos principais responsáveis do partido. O aviso é claro, o destinatário também: o esforço de recapitalização da banca tem de ter reflexo no financiamento às empresas. (aqui)"
Este cansaço do Governo parece desmentir a ideia feita de que os caixeiros (entenda-se administradores da Caixa) obedecem fielmente às ordens do governo em funções. Escapou-se a fera ao domador? Não parece que seja o caso.
Os caixeiros fazem o que sabem fazer: imitar os banqueiros, que têm por objectivo defender os interesses próprios e dos accionistas de que dependem, subalternizando os interesses da economia envolvente. Mandem os caixeiros apoiar as PME e o mais provável é acontecer um desastre ainda maior porque eles não sabem, genuinamente não sabem, como é que isso se faz.
Quanto aos banqueiros, como é que pode o Governo impor-lhes a tomada de riscos e o trabalho de campo que eles sempre têm enjeitado? Como condição da recapitalização, abrangerá, até mais ver, apenas dois privados. E os outros? E se os dois recapitalizados com a intervenção do Estado aceitam o ónus mas depois se furtam ao seu cumprimento invocando razões hábeis o que é que acontece?
(continua)
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