Saturday, June 16, 2012

AMOREIRAS DRIVING RANGE

Sempre que passo por lá tomo-o como medida da impunidade com que neste país se espatifam os dinheiros públicos e da falta de vergonha com que a sociedade tolera a continuada exibição dessa impunidade. O mostrengo, que até há bem pouco tempo dava pelo nome de bê-pê-ene, por exemplo, é incomparavelmente mais destruidor e incompreensivelmente continuam impunes e bem locupletados os seus autores e beneficiários. Quantos Amoreiras Driving Range nos vai custar o mostrengo? Não nos dizem. Com quanto se governaram cada um  dos patifes e seus coniventes? Menos ainda.

Teireira dos Santos, que afirmou ontem em Coimbra que a discussão sobre o BPN não pode centrar-se na supervisão mas no debate sobre quem aproveitou com o que se passou, começou por garantir, era então ministro das Finanças, que a nacionalização do BPN ainda não tinha custado um euro ao erário público. Faria de Oliveira disse há dias à comissão parlamentar de inquérito à nacionalização do BPN que o custo para (os contribuintes) seria de 2,7 mil milhões de euros, mais os custos que ainda estão por apurar.  Somado o que é até agora conhecido, a maior burla que até hoje aconteceu em Portugal deverá ultrapassar os sete mil milhões de euros. 

Mas Faria de Oliveira disse mais: disse que a CGD não aceitou integrar o BPN porque isso implicaria prejuízos elevados para a Caixa além dos custos reputacionais decorrentes dessa eventual integração. Isto é, Faria de Oliveira sabia o que Teixeira dos Santos não sabia? Teixeira dos Santos faltou à verdade, o que não significa que não tenha razão quando reclama que os que se aproveitaram da fraude gigantesca sejam reconhecidos e compelidos aos reembolsos dos furtos. Mas é imperdoável que ele, Teixeira dos Santos, tenha avançado para uma nacionalização desastrada que deixou escapar pelas suas malhas rotas os burlões e, como ministro das Finanças e de Estado do anterior governo tenha deixado que a gangrena avançasse, os custos para os contribuintes se multiplicassem, os culpados se escapassem até hoje. 

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Quantos Amoreiras Driving Range nos custa o super rombo do mostrengo?
Cinco?, seis?, sete mil ?
Quem foi culpado? Ninguém. No âmbito da irresponsabilidade que assiste aos gestores dos fundos públicos há margem para vários Amoreiras Driving Range.

Resignadamente, de acordo.
Mas mandem retirar da nossa vista o incómodo de nos relembrar que também ali fomos roubados.
Se há tanta gente desempregada da construção civil, a receber fundo de desemprego, porque não se convoca essa gente e se transforma o fundo de desemprego em fundo de emprego?

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